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O Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) irá recusar a proposta de acordo com a Santa Casa sobre demissões dos médicos do hospital. A decisão da categoria foi tomada nesta sexta-feira (16) após votação em assembleia promovida pelo sindicato.

A proposição foi elaborada durante audiência pública de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho nesta quinta-feira (15). No entanto, os médicos classificaram-na como insuficiente e farão uma contraproposta. Um dos objetivos da audiência de conciliação era evitar uma possível greve dos profissionais. Apesar da recusa da proposta, o Simesp informou que, por enquanto, não há intenção de iniciar uma greve.

Os 184 médicos demitidos se reúnem na próxima terça-feira (20) para discutirem sua atual condição e seus direitos trabalhistas em conjunto com o sindicato.

A Santa Casa está proibida de fazer novas demissões por tempo indeterminado, já que a Justiça manteve liminar concedida na última quarta-feira (14), que impede que outros médicos sejam demitidos.

O tribunal determinou multa de R$ 15 mil para cada novo médico demitido. As demissões feitas na terça (13), porém, foram mantidas. Os 184 médicos demitidos representam 11% do total da instituição.

Conciliação

Durante a reunião, a Santa Casa concordou com três pontos propostos pelo tribunal: não terceirizar os serviços que eram prestados pelos médicos demitidos; priorizar por dois anos, em eventuais novas contratações, os médicos que foram dispensados; não diminuir o nível de empregos, desde que seja mantida a situação financeira atual do hospital.

Aos demitidos, a Santa Casa havia prometido pagar as rescisões em até 23 parcelas, sem correção monetária. O fato foi contestado pelo Simesp. Em resposta, o desembargador Wilson Fernandes, responsável pela mediação, propôs ainda que a instituição garanta a reposição de metade da correção monetária para as verbas que forem quitadas em período superior a 12 meses.

Apesar de fazer sinalização favorável ao item, a Santa Casa informou que deve primeiro apresentar a questão ao conselho da irmandade, que votará pela aprovação. A decisão sobre o tema deve ser anunciada até o dia 27.

Crise

Em junho, o pediatra José Luiz Setúbal, 58, foi aclamado novo provedor da Santa Casa de São Paulo, que passa pela pior crise de sua história. O médico, da família fundadora do banco Itaú, comprometeu-se a adotar medidas de “transparência e de democracia” no início de sua gestão, que vai até 2017.

Setúbal assumiu o cargo de provedor em substituição a Kalil Rocha Abdalla, que renunciou ao posto em abril e tem sua gestão investigada pela Promotoria.

O novo provedor colocou como meta de seu início de mandato buscar apoio político para conseguir mais prazo e mais espaço para renegociação das dívidas do hospital. Ele também disse, após assumir o cargo, que serão necessários ajustes no potencial de atendimento do hospital e em seu quadro de funcionários.

Segundo uma auditoria contratada pelo governo do Estado de São Paulo no fim do ano passado, a dívida da Santa Casa de São Paulo supera os R$ 770 milhões. Só os débitos com fornecedores superam R$ 100 milhões.

Em julho de 2014, a instituição chegou a fechar o atendimento de urgência e emergência por pouco mais de um dia. À época, o hospital alegou a falta de recursos para comprar medicamentos e materiais como seringas e agulhas.

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