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Desde segunda-feira os 230 médicos residentes do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, o maior do Paraná, estão em greve por tempo indeterminado. Assim como os integrantes de outros estados do movimento nacional de greve, iniciado em 1.° de outubro, os residentes do HC atendem apenas casos de urgência e emergência. Pacientes com consultas agendadas com residentes estão sendo encaminhados para as unidades municipais de saúde. Em agosto, 640 residentes dos quatro principais hospitais de Curitiba já haviam participado de movimento semelhante pelo mesmo motivo.

Ontem, ao meio-dia, a Associação dos Médicos Residentes do HC (Amerehc) liderou uma manifestação em frente ao hospital. Além de pendurar faixas na entrada do prédio, os médicos residentes entregaram à população folhetos explicando as reivindicações da classe.

Conforme explica o presidente da Amerehc, Pedro Henrique de Almeida, o movimento exige que o governo federal repasse às bolsas de estudo o porcentual da inflação desde 2001, data do último reajuste. "De lá para cá, o IGP-M (índice que registra a inflação) foi de 50%, mas a contraproposta do governo é de apenas 30%", salienta Almeida. Atualmente, o valor da bolsa é de R$ 1,4 mil.

O presidente da Amerehc também critica o excesso de trabalho dos médicos residentes. Almeida afirma que, mesmo não sendo funcionários públicos, eles são responsáveis por 70% dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) no país. No caso específico do HC, ele afirma que muitos residentes são obrigados a extrapolar o limite de 60 horas por semana de trabalho para poder atender a população. "Há médicos que chegam a trabalhar 100 horas por semana", exemplifica.

A questão dos plantões também é um problema. Almeida afirma que ao invés de fazerem plantões de 24 horas, alguns médicos residentes chegam a trabalhar 36 horas consecutivas, como no caso do setor de clínica médica, especialidade que estuda. "Com tamanho desgaste, como é que se pode exigir do residente um atendimento de qualidade?", questiona.

Impacto

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do HC disse que apenas hoje o diretor de Corpo Clínico, Ensino e Pesquisa do hospital, Ângelo Tesser, se pronunciaria sobre as dificuldades que a paralisação está causando à população.

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