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O diretor de segurança da TAM, Marco Aurélio de Castro, comandante da empresa há 31 anos e que integra a comissão que investiga o acidente com o vôo 3054, disse ontem, em depoimento na CPI do Apagão na Câmara, que a empresa está em negociações com a Airbus para equipar todas as suas aeronaves com o software FW3, que emite um alerta sonoro em casos de os manetes (alavancas que controlam a aceleração das turbinas) serem esquecidos em posição de aceleração no momento do pouso. O comandante disse também não acreditar em falha humana, embora ainda não tenha descartado nenhuma hipótese para o acidente do dia 17 de julho.

As investigações mostram que o manete direito do Airbus A320 acidentado em Congonhas estava nessa posição, o que provavelmente impediu que o avião parasse. Até hoje nenhum avião da TAM tem o sistema de alerta, desenvolvido depois de um acidente com características semelhantes envolvendo um Airbus em Taiwan, em 2004.

Castro confirmou também que a empresa decidiu suspender os pousos de aeronaves com um dos reversos travado no Aeroporto de Congonhas. O equipamento, que inverte a operação das turbinas e ajuda a frear o avião, poderia ter contribuído para que o Airbus conseguisse parar. Segundo Castro, a companhia também passou a impedir operações caso a pista de Congonhas esteja molhada.

O deputado Ivan Valente (PSol-SP) reagiu ao anúncio das medidas após o acidente que matou 199 pessoas, na maior tragédia da aviação brasileira. "Isso me dá a impressão de que, depois que a porta foi arrombada, colocou-se a tranca", disse. "Não, deputado, não há restrição. Mas nós não queremos que se sofra nova ocorrência. É uma medida de prevenção", rebateu Castro.

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