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NOVIDADE | Mauro Campos
NOVIDADE| Foto: Mauro Campos

Imagem foi levada há 20 anos

O principal caso de roubo no município da Lapa ocorreu em fevereiro de 1986, quando a imagem de Santo Antônio de Lisboa, padroeiro da cidade, foi roubada da Igreja Matriz. "A tradicional imagem de madeira portuguesa do santo, com o menino Jesus no colo, foi levada junto com um crucifixo muito antigo", afirma o secretário paroquial da igreja, Juarez José dos Santos. Ele ainda conta que uma réplica da imagem foi feita por um artista local para ocupar o lugar da original.

A última ocorrência de roubo de arte sacra na cidade ocorreu em 1994, quando um castiçal de prata de 22 centímetros foi retirado do Museu Casa Coronel Joaquim Lacerda, que hoje mantém 13 objetos em seu acervo.

Nos últimos 25 anos, foram registradas apenas oito ocorrências de roubo de imagens sacras ou outros artigos religiosos de igrejas históricas no estado. O caso mais recente foi registrado também em 1994, quando a imagem de Nossa Senhora do Bonsucesso, peça de 1,2 metro, feita de madeira, foi roubada da Igreja Matriz de Guaratuba, no litoral do estado.

Colaborou Adriane Lourenço

Lapa – Os turistas que pretendem conhecer o município da Lapa, na região metropolitana de Curitiba, devem se preparar para encontrar dois dos principais pontos turísticos da cidade fechados para visitação. Inaugurada em 1784, a Igreja Matriz Santo Antônio da Lapa faz parte das 14 quadras tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e se encontra aberta apenas nos horários de missa durante os fins de semana, quando o número de turistas na cidade aumenta significativamente. Além do prédio histórico, o Santuário de São Benedito, construído em 1947 e também bastante procurado pelos visitantes da cidade, está nas mesmas condições.

A determinação de manter as principais igrejas do município fechadas nos horários em que não há missa partiu do pároco da cidade, o padre Emerson da Silva Lipinski. O motivo para tal decisão é o receio de que a igreja seja roubada ou sofra ações de vandalismo. "Durante a semana, nós temos uma funcionária que cuida da Igreja Matriz das 8h30 às 17h30, mas nós não temos condições para pagar uma pessoa que fique aqui nos fins de semana recebendo os turistas", diz Lipinski.

O padre ainda afirma que, para que a igreja pudesse ter um funcionário para o atendimento nos sábados e domingos, seria necessário um acordo com o Iphan. No entanto, o arquiteto e superintendente do instituto no Paraná, José La Pastina, alega que, mesmo que a igreja seja tombada, o Iphan não tem responsabilidade de pagar o funcionário. "Essa questão foge da nossa governabilidade, que é, em primeiro lugar, beneficiar a comunidade da cidade com a preservação do patrimônio. A obrigação de pagar um funcionário é da igreja e da prefeitura. Deveria ser feita uma articulação maior entre as autoridades locais."

Já o prefeito do município, Miguel Batista, alega que o controle das igrejas é de responsabilidade exclusiva das paróquias. "Nós não interferimos nos horários das igrejas, mas gostaríamos que todos os pontos turísticos da cidade ficassem abertos o maior tempo possível."

Tanto o prefeito quanto os habitantes da cidade acreditam que o fechamento das igrejas para visitação prejudica o turismo no município. "O grande atrativo da Lapa ainda é o turismo religioso e, apesar de a Igreja Matriz ser muito visada por ladrões por ser histórica, ela tem de permanecer aberta", opina Batista. "Sempre tem gente que vem aqui reclamar que a igreja está fechada e isso atrapalha bastante o turismo na cidade", atesta a funcionária do restaurante que se encontra logo ao lado da Igreja Matriz, Roberta Lopes.

No entanto, o padre Lipinski afirma que mantém as igrejas fechadas porque se preocupa com a preservação do patrimônio histórico. "Desde que vim para cá, há um ano, não foi registrado nenhum ato de vandalismo na igreja, mas sempre existe o receio de que a história seja violada", comenta.

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