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Jornalistas são detidos e agredidos; ação é condenada

A Polícia Militar deteve seis jornalistas - quatro repórteres e dois fotógrafos que cobriam a manifestação.

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O protesto Não Vai Ter Copa terminou com 230 detidos na noite de sábado - o maior saldo de prisões em manifestações. No centro de São Paulo, houve quebra-quebra e agressões feitas por manifestantes e por policiais militares. Os participantes do ato foram cercados e detidos pelos integrantes do pelotão ninja, o grupo de policiais especializados em artes marciais.

Às 23h30 de ontem, 37 detidos foram liberados do 4.º Distrito Policial (Consolação). Os manifestantes foram fotografados e fichados. Para advogados, é uma tática de intimidação.

A nova estratégia da PM era apoiada pela Tropa de Choque e por um helicóptero. O objetivo era isolar os black blocs dos demais manifestantes. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas - cinco PMs, dois ativistas e um jornalista.

O tumultuo começou às 19h30. Os PMs cercaram um grupo de manifestantes na Rua Xavier de Toledo, no centro. No momento da detenção, nenhum deles estava cometendo vandalismo. A PM, porém, informou que só agiu após os primeiros atos de depredação.

Os policiais apanharam os manifestantes com golpes de artes marciais, como o chamado "mata leão", e desferiram golpes de cassetete. Eles retiravam um a um os manifestantes do meio do grupo. Até uma mulher sem máscara foi imobilizada pelos PMs e jogada ao chão.

A ação dividiu os manifestantes em dois grupos. Uma parte deles, formada principalmente por black blocs, correu para o Viaduto do Chá, quebrando lixeiras, depredando duas agências bancárias e orelhões. Também atacaram PMs com paus e garrafas. O segundo grupo voltou à Praça da República, local de origem do protesto, e caminhou pacificamente para a Rua da Consolação.

Enquanto isso, os policiais reuniam os detidos na Rua Xavier de Toledo, entre as Rua 7 de Abril e o Viaduto do Chá. Um cordão de isolamento dos PMs impedia que qualquer pessoa visse ou filmasse o que estava acontecendo com os detidos.

Todos foram obrigados a aguardar sentados a chegada de cinco ônibus que os conduziram a sete delegacias, onde foi feita uma triagem para que a polícia decidisse quem seria autuado em flagrante - entre os detidos, havia cinco jornalistas que estavam trabalhando.

Mais tarde, a PM deteve mais 50 pessoas no Vale do Anhangabaú, entre elas uma repórter do Estado (leia nesta página). Segundo a PM, os manifestantes detidos tinham máscaras, sprays, estilingues, bolas de gude e correntes.

No 78.º Distrito Policial havia 30 detidos. Segundo o advogado André Zanardo, do Coletivo Advogados Ativistas, a polícia fez um boletim de ocorrência coletivo acusando todos de desacato, resistência, desobediência e lesão corporal. "Não há nenhuma lei que ampare essas detenções", disse.

Barreira

Ao todo, cerca de mil manifestantes participaram do protesto. A PM não informou quantos homens mobilizou. O ato havia começado às 17h. Os PMs haviam montado uma barreira na saída das estações do Metrô no centro e revistavam mochilas. Um manifestante abandonou uma mochila com coquetel molotov e foi filmado por câmaras do Metrô.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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