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Foz do Iguaçu – A violência voltou a preocupar a população de Foz do Iguaçu após o fim da Operação Foz Segura, realizada entre março e maio. Moradores reclamam que os assaltos voltaram a ocorrer com mais freqüência após o fim do policiamento ostensivo feito por cerca de 800 policiais militares e civis em todo o município.

Esse batalhão nas ruas (66% maior) fez diminuir o número de homicídios, se comparado aos mesmos meses do ano anterior: de 50 para 39. Já os roubos caíram (22,7%) de 418 para 323. Furtos simples, no entanto, cresceram 46%, de 215 para 315.

Conforme estatísticas da Polícia Militar, o número de roubos em cinco dos 16 bairros vigiados pela polícia durante a Operação Foz Segura aumentaram. Um deles é o São Francisco onde foram registrados 48 roubos durante a operação, contra 46 no ano passado. Para o comandante interino da PM em Foz, Mauro Alves Pinto, o que aumentou não foi o número de ocorrências, mas as queixas da população. "A operação deu mais confiança e as pessoas começaram a registrar as ocorrências. Havia uma demanda reprimida".

Em Foz do Iguaçu, o policiamento ostensivo semelhante ao realizado durante a Operação Foz Segura será retomado a partir das novas contratações de policiais. Já está previsto um novo concurso para a PM. Em razão da falta de policiamento, a fronteira com o Paraguai está praticamente desprotegida.

Retorno

Passada a operação, na região do São Francisco, com 42 mil habitantes, estabelecimentos comerciais e residências voltaram a ser alvo constante de assaltos. Os moradores dizem que não podem deixar as casas sem ninguém para cuidar. A maioria dos assaltos, afirmam, é praticada por adolescentes dependentes de droga que roubam para sustentar o vício.

A comerciante Amélia Schenatto, 55 anos, proprietária de um supermercado, foi assaltada há 15 dias. Os ladrões armados entraram no supermercado por volta das 20 horas, levaram R$ 500 do caixa e fugiram de bicicleta. "Com a operação tinha mais alívio", diz. Foi o segundo assalto que a comerciante sofre em menos de um ano. Uma padaria, uma farmácia e uma loja de cosméticos situados perto do supermercado também já foram visitadas por ladrões.

Na Vila Portes, área fronteiriça ao Paraguai com grande incidência de assaltos à mão armada, a Foz Segura levou mais tranqüilidade aos comerciantes, mas não reduziu os roubos aos turistas. "Os ladrões roubavam o freguês pagando a mercadoria", diz Oscar de Andrade, 60 anos, proprietário de uma lanchonete. Andrade diz que a tranqüilidade só voltou esta semana com o início do patrulhamento preventivo realizado pela Guarda Municipal. A região da Vila Portes passou a ser monitorada por quatro câmeras de alta definição, o que vem inibindo a ação dos ladrões.

Na região de Três Lagoas, foco de homicídios, a população está assustada e evita sair às ruas à noite. A dona de casa Marisa Godoy, 42 anos, diz que as rondas realizadas pela polícia no bairro durante a Operação Foz Segura inibiam os marginais. "Antes nós saímos à noite. Agora não dá coragem."

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