Agentes da Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Ambiente, fecharam nesta sexta-feira (29), uma grande propriedade por desmatar espécies de Mata Atlântica para plantio de uma área de 200 hectares de eucaliptos para fins comerciais.

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Localizada na área de proteção permanente (APP) do Rio Guandu, responsável pelo abastecimento de água da região metropolitana do estado, a plantação, no município de Miguel Pereira, no centro sul fluminense, não estava de acordo com as normas legais estabelecidas pela Secretaria de Estado do Ambiente, segundo informou o coordenador da Cicca, coronel José Maurício Padrone.

O coordenador disse que, no passado, a mesma propriedade já havia sido notificada e multada duas vezes. Segundo ele, o valor da multa chegou a R$ 60 mil. No entanto, segundo Padrone, após sobrevoar a região, foi constatado que estavam ocorrendo as mesmas irregularidades. "No ano passado o Inea [Instituto Estadual do Ambiente] esteve lá e notificou ao proprietário a apresentar o licenciamento e também apresentar a reserva legal de sua área. Não foi apresentado porque não existe".

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Padrone destacou que, apesar do incentivo da secretaria para o plantio do eucalipto por meio de um decreto estadual, os proprietários continuam desrespeitando o meio ambiente. "Pode colocar eucalipto em área degrada, mas não pode colocar em topo de morros, em área de proteção permanente e em nascentes. O que a gente nota naquela região de Miguel Pereira são alguns 'poderosos' que pensam que estão acima da lei e podem fazer o que bem querem. Então essa [operação] hoje serviu de exemplo para esses cidadãos", disse.

Durante a ação, que ocorreu desde o início da manhã desta sexta-feira (29), apenas o caseiro foi detido e encaminhado à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente para prestar esclarecimentos. O proprietário da fazenda não foi localizado. A blitz ecológica teve apoio de vários órgãos ligados ao meio ambiente, como o Batalhão de Polícia Florestal, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), entre outros.

Padrone informou que, por ser considerado crime de pequeno potencial ofensivo, o responsável, assim que for localizado, deverá ser preso por praticar silvicultura em área de proteção permanente (APP), sendo possível pagamento de fiança. Já a multa será definida pelo conselho diretor do Inea, levando em consideração os danos causados ao meio ambiente.