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Manifestantes usam máscaras dos presidentes dos EUA (Barack Obama), da França (Francois Hollande), Japão (primeiro-ministro Shinzo Abe) e da Alemanha (chanceler Angela Merkel) durante a Conferência do Clima em Varsóvia | REUTERS/Kacper Pempel
Manifestantes usam máscaras dos presidentes dos EUA (Barack Obama), da França (Francois Hollande), Japão (primeiro-ministro Shinzo Abe) e da Alemanha (chanceler Angela Merkel) durante a Conferência do Clima em Varsóvia| Foto: REUTERS/Kacper Pempel

Desentendimentos sobre quando nações ricas e pobres vão fixar metas para cortes nas emissões de gases do efeito estufa e a respeito da ajuda aos países em desenvolvimento por causa de mudanças climáticas ameaçavam afundar as conversações da ONU sobre o clima em seu último dia, nesta sexta-feira (22).

Negociadores de cerca de 195 países estão empenhados em estabelecer as bases para um novo acordo mundial do clima que está previsto para ser firmado em 2015, em Paris, e entrar em vigor a partir de 2020, mas poucas medidas concretas emergiram das duas semanas de negociações em Varsóvia.

"As conversações de Varsóvia, que deveriam ser um passo importante para um avanço, estão agora à beira de produzir praticamente nada", disse o principal negociador da China para o clima, Su Wei.

Aproximadamente 800 representantes de 13 organizações não governamentais abandonaram as conversações na quinta-feira, exasperadas com a falta de progresso no encontro, que provavelmente se estenderá pela noite, até sábado.

A expectativa era que a conferência produzisse pelo menos um cronograma que garantisse metas de cortes ambiciosos nas emissões e o compromisso de financiamento na questão climática a tempo para o acordo em Paris. Mas a seleção e a formulação das questões travaram em questões politicamente sensíveis.

Nações ricas querem enfatizar metas de reduções futuras de emissões para todos, enquanto países em desenvolvimento dizem que os industrializados deveriam liderar a fixação de metas e arcar com a maior parte da conta, porque historicamente eles são responsáveis pela maior parte dos poluentes.

O ministro francês do Desenvolvimento, Pascal Canfin, disse que todos deveriam se submeter a metas iniciais de emissões em 2015, para aplicação após 2020.

"Varsóvia teria sido uma boa plataforma de lançamento para Paris se cada Estado seguisse o princípio de estabelecer compromissos em números, na mesa, até o começo de 2015, pelo menos", disse.Mais urgência

Nas conversações também houve profundas divergências sobre a ajuda. Nações desenvolvidas concordaram em 2009 em elevar o auxílio na área climática de 10 bilhões de dólares por ano no período de 2010-2012 para 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020.

Afetados pela desaceleração econômica, os países ricos estão agora mais voltados para as próprias economias e resistem aos pedidos de endosso para planos de elevação da ajuda para o período de 2013 a 2019.

Cientistas dizem que o aquecimento está causando mais ondas de calor e secas, e poderia resultar em novas grandes tempestades. A cifra de mortos no tufão Haiyan nas Filipinas subiu para mais de 5 mil pessoas.

Um painel da ONU com cientistas especializados no clima afirmou em setembro que cortes "substanciais e sustentáveis" em gases do efeito estufa são necessários para se alcançar a meta fixada pela ONU de limitar o aquecimento a menos de 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais.

Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu que os líderes mundiais estabelecessem "compromissos ousados" para cortes de emissões até a cúpula que ele presidirá em 23 de setembro do ano que bem, mas admitiu que muitos países estarão atrasados.

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