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 | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

O secretário-executivo do Brasil na Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, Bráulio Souza Dias, esteve em Curitiba, na semana passada, para o lançamento do programa de compensação ambiental Bioclima Paraná e para o Encontro Internacional de Governos para a Biodiversidade, com a presença de delegações da China, Japão, Coréia do Sul, Canadá, França, México, Índia, Senegal e Bélgica. Dias falou com exclusividade para a Gazeta do Povo sobre o novo programa do governo do Paraná e assuntos ligados à conservação do meio ambiente. Para ele, o estado vem se destacando com novas iniciativas.

Qual o papel de estados e municípios junto à Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU?

É um papel importante, porque as decisões sobre preservação e reestruturação da biodiversidade são mais locais. A decisão de se preservar e o uso sustentável do que está disponível na natureza dependem dos esforços desses entes. Isso ocorre em outros países, não só no Brasil.

As políticas brasileiras e do Paraná podem ser consideradas exitosas para a preservação da biodiversidade?

Ainda há muito para fazer, mas o Paraná é líder no Brasil e no mundo para novas iniciativas, como a implantações pioneiras do ICMS Ecológico [instrumento para compensar municípios que se viam privados do uso de suas terras por restrições ambientais], e do instituto Life, que confere certificação às empresas que preservam a biodiversidade.

Qual a importância do programa Bioclima Paraná nesse cenário?

É um programa inovador que busca trabalhar a mudança climática e a biodiversidade de forma integrada, conjugando várias ações e lançando mão de novos instrumentos, como o repasse de verbas de forma direta para quem promove ações de conservação da biodiversidade.

Como atrair o empresariado para a necessidade de adaptação às mudanças climáticas e de preservação das espécies?

O Bioclima Paraná prevê a destinação de recursos pelas esferas pública e privada. A ideia é estimular o setor privado para o desenvolvimento de ações de conservação da biodiversidade. É uma agenda do futuro, pois é muito mais barato proteger a natureza do que assumir o custo de substituir o que ela produz por algo artificial. Temos de acabar com a dicotomia entre meio ambiente e desenvolvimento. Eles não são agentes excludentes e sim complementares.

Qual a importância da discussão do Código Florestal no Congresso para a preservação da biodiversidade no país?

O melhor investimento para agricultura é a parceria com órgãos ambientais. Precisamos ver se os interesses de curto prazo, com a pressão de ruralistas, vão prevalecer. O setor agrícola precisa entender que ele é um beneficiário [da preservação do meio ambiente] e se convencer da necessidade de manter os recursos ambientais.

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