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Brasília – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, reagiu ontem mesmo às críticas do novo coordenador-geral da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição, Marco Aurélio Garcia. Mello reafirmou que julga o escândalo do dossiê Vedoin mais grave do que o do Watergate, episódio que, nos anos 70, derrubou o presidente dos EUA, Richard Nixon. "É muito pior a partir do contexto, do somatório de notícias de escândalos que nós tivemos nos últimos anos", afirmou. A Justiça Eleitoral, afirmou, não estar engajada em nenhum lado da campanha. "O Judiciário não está engajado em qualquer política, a não ser na política institucional de prevalência da ordem jurídica", afirmou. Defendeu ainda que o processo sobre o dossiê seja público para que a sociedade acompanhe as investigações.

Segundo ele, todos ficaram perplexos com as recentes notícias. Nesta semana, a pedido da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), que tem como candidato a presidente o ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSDB), o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, César Rocha, abriu uma investigação no TSE para apurar se autoridades como Lula e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, participaram das negociações do dossiê.

"A publicidade é a tônica na administração pública. É o que permite o acompanhamento pelos cidadãos, pela sociedade. Não há motivo, a meu ver, de início, para se implementar aí o sigilo quanto à tramitação do processo. O processo de início é público" disse Mello.

"São fatos, desde o início, que deixam a todos perplexos. Agora, nós precisamos esclarecer esses fatos, buscar a verdade real, o que realmente ocorreu e o grau de envolvimento de cada qual dos que estão citados no processo", disse. O presidente do TSE concordou que os fatos podem ter repercussão na eleição, mas afirmou que é cedo para falar em conseqüências: "Pode repercutir sem dúvida alguma."

Mello declarou que não vai procurar Garcia para esclarecer o episódio: "Eu não vejo no cenário um mal-entendido. Evidentemente, não cabe esse contato por iniciativa do presidente do TSE. Agora, no tribunal, eu estarei com as portas abertas à visita de quem deseje manter o contato."

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