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As histórias de ex-alunos e funcionários do colégio vão virar acervo digital | Ivan Amorim/Gazeta do Povo
As histórias de ex-alunos e funcionários do colégio vão virar acervo digital| Foto: Ivan Amorim/Gazeta do Povo

Reconhecimento

Proposta maringaense concorre a prêmio nacional

O ineditismo da proposta dos maringaenses em resgatar e preservar histórias concorre ao Prêmio Brasil Criativo, na categoria museus, organizado em todo o país pelo Ministério da Cultura (MinC). Os três destaques brasileiros serão conhecidos em dezembro, durante cerimônia que será realizada em São Paulo. Além de prêmios, os ganhadores também terão direito à capacitação de 40 horas em sua área de atuação.

O presidente do Instituto Cultural Ingá, Edson Pereira, não esconde a expectativa de conquistar o primeiro lugar com o Programa Primeiro Museu. "Trabalhamos muito para chegar até aqui e é inegável a vontade de ter nossa ideia reconhecida e premiada. Isso nos ajudará a levar o programa para todo o país e, consequentemente, estimular a preservação da história e da memória, que é um direito de todos os brasileiros."

Detalhes

Para conhecer todos os projetos e mais detalhes sobre a premiação: www.premiobrasilcriativo.com.br/voteagora. O Prêmio Brasil Criativo – apresentado pelo MinC e 3M –, tem apoio do Catraca Livre, do Brasil Post, da youPIX, da Superinteressante e do Itaú Cultural. A ideia é difundir e incentivar soluções para o desenvolvimento da economia criativa no Brasil.

Em 1953, quando os primeiros alunos foram matriculados no Colégio Gastão Vidigal – à época ainda chamado de Ginásio Municipal de Maringá–, eles começaram a escrever a história da educação no município do Noroeste do estado. A unidade de ensino foi a primeira da cidade a oferecer o ensino ginasial, e até hoje guarda em papéis e vídeos um pouco da memória daquele tempo.

Para resgatar as histórias de estudantes, professores, diretores e de todos os outros funcionários e passá-las à comunidade, a direção do colégio firmou uma parceria com o Instituto Memória e Vida (IMV). O objetivo é digitalizar e disponibilizar um acervo com esse material no projeto Museu da Escola, que integra o Museu da Família – iniciativa que prevê a digitalização de 50 milhões de itens históricos, criando um acervo digital de mais de 500 mil famílias de várias regiões brasileiras.

Fotos, vídeos, documentos de matrículas, cartas, telegramas e até provas de ex-alunos preencherão o museu virtual, conforme explica a historiadora e responsável pelo projeto na escola, Neuci Facci. Segundo ela, o trabalho já vinha sendo feito no colégio há dois anos, mas de maneira vagarosa, por falta de equipamentos e até de uma estrutura de apresentação e montagem. A ajuda do IMV veio em boa hora. Além de fornecer os scanners para a digitalização, o instituto também vai catalogar a documentação em um software, destinando-a ao acervo digital. "Nosso trabalho é para a comunidade, e a oportunidade de fazer parte do Museu da Família caiu como uma luva. Sofríamos sem a parte técnica e agora poderemos resgatar tudo o que temos guardado", diz Neuci.

Em outubro, uma equipe do IMV visitou o colégio e fez um primeiro levantamento do acervo. A formação da equipe e a definição do trabalho de cada membro será feita num segundo momento, ainda sem data definida.

O presidente do instituto, Edson Pereira, diz que além do Colégio Gastão Vidigal outras escolas da cidade deverão fazer parte do projeto. Ele explica que o processo de curadoria deve começar ainda neste ano, mas a parte integrada pedagógica tomará corpo em 2015. "Vamos estipular uma primeira data para o levantamento dos dados e estudar as necessidades, o que precisaremos, como vamos trabalhar em parceria com alunos. Isso leva mais tempo", ressalta.

Pereira avalia que a aceitação do projeto abriu caminho para a segunda etapa, que é a constituição de museus físicos nos municípios paranaenses, desde a construção de um espaço até a readequação de casas de cultura ou outros locais que possam abrigar a história local. Para tanto, os idealizadores vão contar com a Lei Rouanet. Só nesta primeira etapa o instituto foi autorizado pelo Ministério da Cultura a captar mais de R$ 8 milhões para viabilizar o trabalho.

Projeto resgata as histórias de diversas gerações

Resgatar a história e as memórias das gerações. Esta é a ideia do Instituto Memória e Vida, que criou o Museu da Família, em Maringá. Além do acervo já existente das famílias, os idealizadores do projeto preveem colher depoimentos em vídeo de pioneiros com mais de 80 anos que ainda vivem nos municípios cadastrados.

Primeiramente, isso será feito em 211 municípios das regiões Norte e Noroeste do Paraná, e em seguida de outras regiões do estado, além de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul e os estados da Região Sudeste. O objetivo é abranger todo o país, garante o presidente do IMV, Edson Pereira.

O acervo digital poderá ser compartilhado com todos que acessarem o site ou ser restrito, sendo exposto somente para os membros da família que tiverem login e senha – disponibilizados no momento do cadastro. Para participar, cada família colabora com o valor de R$ 85, que ajuda a custear os materiais. No entanto, esse valor pode ser diminuído ou até mesmo zerado, caso prefeituras e empresas privadas decidam patrocinar o trabalho.

Interesse

Com muita divulgação desde os primeiros rascunhos, a ideia maringaense atravessou a fronteira do estado e chamou a atenção da iniciativa pública e privada. Mas fora do Paraná, o museu ganhou novos contornos. Segundo Edson Pereira, o IMV foi procurado pela Secretaria de Cultura do Espírito Santo, que demonstrou interesse em estender o trabalho em alguns municípios capixabas colonizados por pomeranos.

No Rio de Janeiro, a Pon­tifícia Universidade Católica (PUC-RJ) criou parceria com o instituto para cooptar a história de imigrantes portugueses e suíços. No Rio Grande do Sul, empresários garantiram a aplicação do projeto na Serra Gaúcha.

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