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Um menino de 13 anos e uma amiga de escola de 12 anos, de Biguaçu, na Grande Florianópolis, fugiram para Curitiba depois que foram convencidos por uma pessoa pela internet, na quarta-feira da semana passada. A menina foi seduzida pelo Orkut (site de relacionamentos) e MSN (programa de mensagens simultâneas) por uma garota de Curitiba. Durante um mês, as duas trocaram 140 páginas de mensagens. A garota de Curitiba dizia que teria, em sua casa, uma festa com uma banda de rock dos Estados Unidos e prometia um quarto só para a amiga.

A menina de Biguaçu roubou R$ 4.800 do pai para fazer a viagem e convenceu o amigo a ir junto. Os dois pegaram um táxi em frente ao Terminal Rodoviário Rita Maria, em Florianópolis, e seguiram viagem.

Além de cobrar R$ 600, o taxista ainda pegou o dinheiro da garota para comprar pneus novos e encher o tanque do carro. A menina teria chegado a Curitiba com cerca de R$ 2 mil, segundo relato do garoto.

Pastor e também supervisor em uma fábrica, o pai do menino, de 52 anos, articulou o resgate do filho e da amiga. Após perceber que a polícia não acreditava na história, ele, com a ajuda de vizinhos, rastreou o Orkut da menina e convenceu uma amiga dela a conversar com a garota de Curitiba na rede de relacionamentos.

Orientada, a amiga disse para a suposta garota de Curitiba que tinha R$ 20 mil e também queria ir à festa. A outra mandou que ela fosse e passou o endereço. O pai do garoto, acompanhado do pai da amiga que ajudou a localizar o endereço, foi até Curitiba e acionou a polícia local.

Ao chegar na casa, as crianças não estavam lá. A polícia catarinense já tinha acionado a paranaense. Sem ter quem os buscasse na rodoviária, como havia sido prometido, a dupla de fujões decidiu voltar a pé até Florianópolis. Andaram 40 quilômetros até a cidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde foram resgatados pela polícia rodoviária, que contatou os pais.

Suspeita de rede pedofilia

A suspeita é que uma rede de pedofilia esteja por trás do caso. Quando chegaram na casa, em Curitiba, um homem de 71 anos estava no portão e já pediu os R$ 20 mil da menina. A polícia, então, invadiu a residência. Dentro da casa, estava a menina que fez contato com a catarinense e aparentava ter 11 ou 12 anos), uma mulher e um homem de meia-idade.

- Me chamou a atenção a quantidade de colchões na casa. Eram muitos - contou o pai.

Eles negaram qualquer envolvimento e não foram detidos. A garota de Curitiba apagou todas as trocas de mensagem, mas a família da catarinense tinha arquivado e encaminhou à polícia.

O delegado de Biguaçu, Valter Rodrigues, não quis se pronunciar sobre o caso. Disse que a polícia de Curitiba é quem está investigando e que só poderá fazer algo se as famílias voltarem a procurá-lo. O taxista que levou as duas crianças a Curitiba não foi localizado.

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