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Policiais e peritos do Instituto de Criminalística estiveram na escola para investigar as causas do acidente | Felippe Aníbal/Gazeta do Povo
Policiais e peritos do Instituto de Criminalística estiveram na escola para investigar as causas do acidente| Foto: Felippe Aníbal/Gazeta do Povo

Uma menina de 10 anos morreu prensada por um elevador de portadores de necessidades especiais, na tarde de ontem, em uma escola de Campo Lar­go, região metropolitana de Curitiba. A garota cursava a 3.ª série do Ensino Fundamental na Escola Municipal Mauro Portugal. A polícia e a prefeitura instauraram procedimentos independentes para apurar responsabilidades pelo acidente.

O acidente ocorreu por volta das 15h45, depois que a aluna entrou no elevador no térreo, conduzindo um colega cadeirante. De acordo com o perito criminal Roman Abril, do Instituto de Criminalística (IC), com o elevador em movimento, a menina foi atingida na cabeça por uma viga horizontal, entre os dois pavimentos, e em seguida teve o corpo esmagado pela base do aparelho. O socorro médico foi acionado, mas a menina morreu no local.

O pai da garota, o eletricista Antonio Carlos Machado, esteve na escola logo após o acidente. Pai de outros dois filhos, ele pediu agilidade na apuração das causas do acidente. Aba­lado, ele falou da dor da perda. "A gente perde o chão. É um trauma muito grande. Parte minha ficou aqui nesta escola", disse. Assim que soube do acidente, a mãe da menina precisou ser hospitalizada.

Investigações

Logo após a ocorrência, investigadores da Delegacia de Campo Largo estiveram na escola, fazendo os primeiros levantamentos. O IC vai elaborar um laudo sobre o acidente e vai apurar se a manutenção do equipamento – que é de responsabilidade da prefeitura – vinha sendo feita. Para os peritos, no entanto, a logística de funcionamento do elevador não era adequada. "O equipamento não reúne as condições de segurança necessárias para operar da maneira que funciona", disse o perito Roman Abril.

Apesar de ser destinado a portadores de necessidades especiais, o aparelho também era usado por outros alunos. O acesso ao elevador não era controlado e os próprios estudantes o manuseavam, sem a supervisão de funcionários. "Não há condições de controlar o acesso de todos os alunos ao elevador", admitiu o secretário municipal de Segurança Pública, Be­-nedito Faccini.

O secretário anunciou que a prefeitura também vai investigar o acidente, por meio de um processo administrativo, que será instaurado ainda nesta semana e desenvolvido por uma comissão formada por professores e funcionários. Segundo Faccini, a prefeitura presta apoio à família da garota, inclusive com suporte psicológico. "Tudo que a prefeitura puder fazer para amenizar este fato não será suficiente", afirmou o secretário. "Os fatos vão ser apurados e a prefeitura vai tomar as providências legais cabíveis", disse o advogado geral do município, Adolfo Vaz de Silva.

Medo

O acidente gerou uma comoção entre familiares dos alunos que estudam na unidade. Na tarde de ontem, dezenas de pais de estudantes se aglomeravam no portão de entrada do prédio e demonstravam preocupação com a segurança dos filhos. A maioria dizia que sequer sabia da existência do elevador na escola e questionava os métodos adotados para os alunos terem acesso ao equipamento. "Como eu vou deixar meu filho frequentar aulas num lugar que as crianças podem andar sozinhas em um elevador?", questionou Zenilda Pereira, que tem um filho matriculado na 4.ª série da escola.

A Escola Mauro Portugal e o Centro de Atendimento Inte­gral à Criança e ao Adolescente (CAIC), que funciona no mesmo prédio, tiveram as aulas suspensas até o dia 16. Os locais onde ocorrerão o velório e o sepultamento da menina ainda não foram definidos.

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