Um bebê de 11 meses que teve a perna esquerda amputada após uma suposta picada de aranha em Alagoinhas (BA), em 21 de fevereiro, passou por uma cirurgia no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo na noite de sexta-feira (19). Segundo informações do boletim médico, o estado do menino é grave, mas segue estável.
Ainda de acordo com o documento, foram retiradas áreas de necrose da coxa esquerda e da parede abdominal da criança. Os médicos esperam o resultado de diversos exames e as conclusões das avaliações solicitadas a equipes médicas de diversas especialidades como cirurgia infantil, ortopedia, infectologia e imunologia.
Outras cirurgias
Segundo informações do Hospital Jorge Valente, onde a criança ficou internada em Salvador, pelo menos outras quatro cirurgias já foram feitas para conter a necrose no corpo do menino.
Humberto Silveira Alves, diretor do Hospital Jorge Valente, disse que o diagnóstico sobre o problema de saúde de Igor ainda está em aberto, embora uma análise inicial ter indicado que o ferimento na perna do menino pudesse ter sido provocado por uma picada de aranha.
"O ferimento incial foi tratado, fizemos as cirurgias necessárias para a retirada da pele morta, mas a necrose avançou assustadoramente pelo corpo do menino, atingindo até as nádegas dele. O ferimento tinha características de picada de aranha, mas a necrose deveria parar de evoluir após o paciente receber a medicação. Não foi isso que aconteceu", disse Alves.
A mãe do bebê optou por sair da Bahia e internar o filho em São Paulo porque os ferimentos não param de aumentar. Igor e os pais viajaram para São Paulo em um avião com UTI, cedido pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). O casal tem outro filho de 6 anos, que ficou em Alagoinhas.
Veneno de aranha
Daniel Rebouças, médico toxicologista e diretor do Centro de Informações Antiveneno (Ciave) da Bahia, fez a avaliação do ferimento na perna de Igor e chegou a um diagnóstico preliminar.
"Analisamos as características da lesão e ministramos o soro antiaracnídeo. A evolução do estado de saúde do menino nos leva a crer que pode ter havido um outro agente causador do problema, que ainda é desconhecido. É um caso diferenciado."
Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), como nenhum animal ou inseto foi encontrado na casa de Igor, os médicos enfrentam dificuldade em estabelecer o diagnóstico do caso.
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