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A forte chuva de ontem provocou transtornos e diversos pontos de alagamento em pelo menos sete bairros de Curitiba. A região norte do município foi a mais atingida. No Parque Tingüi, bairro Cascatinha, um menino de 4 anos está desaparecido. Ele caiu no Rio Barigüi e foi levado pela enxurrada. A chuva também atrapalhou o projeto da prefeitura em inaugurar o novo binário das ruas Júlia da Costa e Pincesa Isabel, no Bigorrilho. Rompimentos numa galeria de água pluvial e atrasos no trabalho de pavimentação em decorrência da chuva adiaram a mudança das ruas para sentido único para semana que vem.

De acordo com a Secretaria de Defesa Social, Defesa Civil do município e Corpo de Bombeiros, houve registros de pontos de alagamentos nos bairros Vista Alegre, Mercês, Santa Felicidade, Bom Retiro, Bairro Alto, Rebouças e Centro. Nesses locais, alguns veículos chegaram a ser arrastados pela água. Segundo estimativas do Instituto Simepar, no período de três horas choveu entre 25 a 50 mm por hora. O mês todo de março costuma registrar volume de 115 mm de preciptação.

Com a água invadindo a casa, Ilma Maria de Oliveira, 36 anos, que mora ao lado do Rio Barigüi, nas imediações do Parque Tingüi, resolveu se abrigar na casa da mãe. Por volta das 15h20, ao sair da residência, ela e o filho, Bruno Oliveira da Silva, de 4 anos, atravessavam uma ponte quando foram arrastados pela correnteza por cerca de 200 metros. Ilza foi salva por um vizinho, o mecânico Jauri França Silva, 35 anos, e um pedreiro que estava no local. "Não consegui salvar o menino. Ele brincava com meus filhos", diz Silva.

Houve comoção no momento em que os outros quatro filhos de Ilza chegaram do colégio. A avó das crianças, a catadadora de papel Iolanda Antunes de Oliveira, 57 anos, tentava controlar os ânimos. "Estão todos nervosos, temos de esperar", dizia.

O Corpo de Bombeiros fez buscas em 2 quilômetros. Mas Bruno não foi encontrado. Ao anoitecer o trabalho teve de ser interrompido pela falta de visibilidade.

A procura deve recomeçar hoje às 8h30. "Reiniciamos do ponto da queda até onde der, procuramos na extensão do rio, caso o corpo tenha sido arrastado pela correnteza, e na superfície também, caso tenha ficado enroscado", explica o comandante da operação, capitão Gabriel Mocellin.

Próximo dali, no cruzamento das ruas Odilon Lustosa Ribas e Máximo Pinheiro Lima, a enxurrada atingiu cerca de 12 casas. A água subiu até a cintura dos moradores. No local, um carro ficou submerso e foi arrastado pela água. "Toda vez que chove, a água desce como uma cachoeira na nossa rua. Já reclamamos para a prefeitura e não tivemos resposta", indigna-se a enfermeira Patrícia Travesso, de 36 anos.

Segundo o Superintendente da Secretaria de Defesa Social e coordenador da Defesa Civil do município, Renê Witek, a principal causa do problema é o excesso de lixo no rio. "Com qualquer chuva o rio enche muito rápido e causa todos esses transtornos", diz. Só nesse ano, a prefeitura retirou 30 toneladas de lixo nos rios da cidade.

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