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Um menino de 4 anos morreu vítima de dengue hemorrágica, em Maringá, no Norte do Paraná, na quarta-feira (30), como aponta o atestado de óbito emitido pelo hospital Santa Rita, onde ele estava internado desde o dia 27, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa. A secretária Municipal de Saúde, no entanto, não confirma a causa da morte.

O tio da criança, Albano Tosseti conta que a família havia se mudado para Maringá há cerca de dois meses. Vindos de Londrina, também na região Norte, eles alugaram uma casa no Parque das Laranjeiras – região que apresenta índice quatro vezes maior que o considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde. (OMS). "A gente nunca imagina que vai acontecer com a nossa família. Estamos desolados", lamenta.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Antônio Carlos Nardi, até as 15h30 desta sexta-feira (2), a secretaria ainda não havia sido informada oficialmente sobre o caso. "O que temos até o momento são informações extraoficiais. Mas, assim que recebermos a notificação, vamos iniciar a investigação. Por enquanto, não podemos atestar nada."

Outras duas mortes já foram confirmadas pela secretaria neste ano em Maringá. O primeiro caso foi registrado em 1° de março. Um homem de 35 anos, que era cardiopata, morreu no hospital, cerca de uma semana após ser diagnosticado com o vírus. O segundo caso, uma mulher de 38 anos, de acordo com a secretaria, morreu por dengue hemorrágica em 12 de março. Segundo o secretário, por enquanto, nenhuma outra morte está sendo investigada.

Estado de epidemia

Somente neste ano, já são 2.185 casos confirmados e 6.416 notificados com a doença em Maringá, de acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado na tarde desta sexta-feira (2).

Diante da situação alarmante, o trabalho de prevenção e tratamento da doença feito pela prefeitura está sendo investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pelos vereadores do município – uma medida inédita no estado.

Conforme o relator da comissão, vereador Mário Verri (PT), os cinco vereadores que compõem a comissão pretendem apurar as responsabilidades pela epidemia e estudar formas de evitar o aumento de casos nos próximos anos. O trabalho deve ser concluído em até 90 dias.

Para o secretário municipal de Saúde, Antônio Carlos Nardi, a cidade cumpre integralmente o Programa Nacional de Controle da Den¬gue (PNCD) e as ações de controle e prevenção têm sido executadas ininterruptamente. "O município tem feito o que lhe é cabível, mas também precisamos da conscientização da população." Afirmação contestada por Verri. "Se Maringá estivesse cumprindo à risca o que determina PNCD, já teria surtido efeito e não estaríamos em epidemia."

Paraná

No último relatório divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em 29 de abril, 6.879 casos haviam sido confirmados no estado entre julho de 2013 e a quarta semana de abril de 2014. Outros 31.981 foram notificados.

Além de Maringá, outros 13 municípios também enfrentam situação de epidemia da doença. São eles: Marilena, Nova Londrina, Indianópolis, Cidade Gaúcha, Itaúna do Sul, Guaíra, Tamboara, Missal, Nossa Senhora das Graças, Alvorada do Sul, Guaporema, Loanda e Sarandi.

O levantamento aponta ainda três mortes: em Flórida, Rolândia e Nova Londrina. As duas mortes em Maringá devem ser registradas no próximo relatório, que deve ser divulgado ainda este mês.

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