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Uma criança de 5 anos morreu afogada no último domingo, na piscina do clube Urca (União Recreativa e Cultural Ahú), em Curitiba. A morte chama a atenção para o fato de que não existe nenhuma legislação específica que exija a presença de salva-vidas ou de uma equipe médica de plantão nos clubes, segundo o Corpo de Bombeiros. Segundo testemunhas, não havia salva-vidas no local no momento do acidente e o socorro prestado à vítima demorou mais de 20 minutos.

O menino, que era do interior do estado, brincava na parte rasa da piscina de adultos, acompanhado por familiares. Os pais não quiseram dar entrevistas, mas um parente afirma que eles não vão processar o clube; em vez disso, farão um apelo às autoridades para que providenciem leis que garantam maior segurança nos clubes. De acordo com o diretor de controle e uso do solo da Secretaria Municipal de Urbanismo, Roberto Marangon, como não existe lei sobre o assunto, a prevenção de afogamentos depende da conscientização de cada clube.

De acordo com o assessor da diretoria do Clube Três Marias, Valter Benelli, o clube mantém dois salva-vidas para tomar conta de suas quatro piscinas externas, durante o verão. "Eles permanecem em locais estratégicos para detectar situações de perigo. Além disso, os funcionários do clube também ficam circulando", explica. Fora os salva-vidas, o Clube Santa Mônica mantém um departamento médico para atender emergências. Já o Clube Morgenau, assim como o Três Marias, possui convênio com uma empresa que oferece atendimento de emergência. Mas, apesar da estrutura para prevenir acidentes, a responsabilidade do clube pelos sócios é limitada, ressalta o diretor administrativo do Morgenau, Rogério Schwind. Ele afirma que é comum, em época de férias, encontrar crianças sem a companhia dos pais ou responsáveis, o que dificulta a ação dos funcionários do clube que têm como função garantir a segurança dos sócios. "É a mesma dificuldade dos salva-vidas que trabalham na praia e chamam a atenção do banhista que insiste em tomar banho nos locais de risco, com a diferença de que não se trata de um local público. O sócio pagou para estar ali", diz.

A equipe do Hospital Pequeno Príncipe, para onde o garoto foi encaminhado, acha difícil avaliar se o menino poderia ter sido salvo com a presença de um salva-vidas. O presidente da Urca, Jair Pereira, não confirma a falta de salva-vidas no momento do acidente. Ele informa que os funcionários do clube passaram, inclusive, por um treinamento com o Corpo de Bombeiros há menos de 20 dias. Um inquérito para apurar as causas e a responsabilidade sobre a morte foi aberto na Delegacia de Homicídios de Curitiba.

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