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O adolescente que confessou ter participado do desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno de Souza, desmentiu nesta terça-feira (27), em Belo Horizonte, durante uma acareação que durou quase três horas com Sérgio Rosa Sales, primo do jogador, que presenciou o assassinato e esquartejamento da jovem, informou seu advogado, Eliézer Jônatas de Almeida Lima.

O advogado já havia afirmado que o jovem foi "pressionado" e inventou alguns trechos dos depoimentos que prestou à Polícia Civil do Rio de Janeiro. Eliézer Lima disse que o menor teria sido agredido pelos policiais.

Nesta terça, Lima disse que seu cliente "corrigiu" e "desmentiu" as primeiras versões.

"O menor desmentiu toda essa cena dantesca de que houve a ‘finalização’ de Eliza e de que houve, vamos dizer, o esquartejamento dela e que parte do corpo tenha sido jogada para os cães. Isso não existe", afirmou Eliézer Lima.

O primo do atleta, Sérgio Rosa Sales, confirmou durante a acareação os depoimentos que prestou até agora.

A acareação acabou pouco depois das 20h. Os dois foram levados ao Departamento de Investigações (DI) e os depoimentos anteriores prestados à polícia foram lidos.

Os delegados Edson Moreira e Wagner Pinto participaram da acareação. O objetivo da polícia foi tentar esclarecer as divergências.

O advogado Marco Antônio Siqueira, que representa Sales, disse que os dois choraram em alguns momentos.

O advogado Eliézer Lima, defensor do adolescente, disse que seu cliente voltou a repetir que foi chamado apenas para "dar um susto" em Eliza e não sabia que ela seria sequestrada. Segundo Lima, o adolescente diz que "foi enganado" quando foi levado para o sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG).

No primeiro depoimento, à polícia fluminense, no início deste mês, o menor disse que ele e Luiz Henrique Ferreira Romão, amigo de Bruno conhecido como Macarrão, levaram Eliza do Rio para o sítio do goleiro. Ainda segundo o relato inicial do adolescente, Eliza foi levada para uma casa e foi assassinada por um homem identificado como Neném. O adolescente também afirmou que Sales tomou conta de Eliza enquanto ela era mantida em cárcere privado, no sítio, e que teria ido até o local onde a jovem teria sido morta.

O advogado Marco Antônio Siqueira disse que esperava a realização da acareação. Ele afirma que Sales foi apenas uma testemunha e não teve envolvimento no sumiço e suposta morte de Eliza. "O menor disse que Sérgio não tem nada a ver com esse episódio", disse Siqueira, citando as declarações feitas nesta terça.saiba mais

No primeiro depoimento à polícia, Sales disse que viu Eliza machucada no sítio e afirmou que o atleta fazia parte do grupo que levou a jovem até o lugar onde ela teria sido morta. Mas o primo do goleiro também mudou a versão inicial e negou que Bruno acompanhou o assassinato da jovem.

Segundo Siqueira, nesta terça, Sales confirmou o que foi dito nas últimas vezes que conversou com a polícia e afirmou que Bruno não esteve no lugar onde Eliza teria sido assassinada.

Avaliação

Os primeiros depoimentos do menor e de Sales são considerados importantes pela polícia, mas apresentaram pontos que não batiam. No início deste mês, os dois afirmaram que Eliza foi morta. O adolescente chegou a indicar o local onde teria ocorrido o assassinato.

A assessoria de imprensa da PolíciaCivil informou que o delegado Wagner Pinto considerou a acareação "favorável e proveitosa".

As mães do menor e de Sales estiveram no DI. Depois da acareação, a mãe do adolescente não deu entrevistas. Angela Maria Rosa Sales disse que acredita na inocência do filho. "Meu filho é honesto e não participou de nada disso. Estou confiante", comentou.

O menor permanece, provisoriamente, em um Centro de Internação, na capital mineira. Sales está no Centro de Remanejamento de Segurança Prisional (Ceresp) São Cristóvão, também em Belo Horizonte.

Entenda o caso

Nascida em Foz do Iguaçu (PR), Eliza Samudio se mudou para São Paulo e posteriormente para o Rio. Em 2009, teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

A polícia mineira começou a investigar o sumiço de Eliza em 24 de junho, depois de receber denúncias de que uma mulher foi agredida e morta perto do sítio de Bruno. Até agora, não foram encontrados vestígios do corpo da jovem. Os delegados já consideram Eliza morta.

Suspeitos negam crime

Oito pessoas estão presas na região metropolitana de Belo Horizonte, por suspeita de envolvimento no desaparecimento da jovem, incluindo Bruno. Todos negam o crime.

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