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Uma pesquisa realizada em oito regiões metropolitanas do país, incluindo a grande Curitiba, revela pela primeira vez o que pensam os pais sobre o ensino particular. O estudo, encomendado pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) ao Ibope, traz um grau de satisfação alto (82% aprovam a rede particular) e algumas críticas. A principal delas é sobre os valores das mensalidades. Na região Sul, 29% dos entrevistados se mostraram insatisfeitos com o que é pago nas escolas particulares e no total das oito regiões o grau médio de insatisfação é de 25%.

O vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe-PR), Ademar Batista Pereira, considera baixo o grau de insatisfação com relação aos valores das mensalidades. Ele ressalta que a maioria (62% no Sul) não reclamou do que é pago. "Não é a mensalidade que é alta. O poder aquisitivo da população é muito baixo. Mesmo que a mensalidade pese no orçamento familiar, os pais acabam fazendo este sacrifício, porque acreditam estar investindo em qualidade."

O valor das mensalidades foi apenas um dos 26 pontos avaliados pelos pais com relação à escola dos seus filhos. O mesmo estudo revelou que a ausência de paralisações e greves nas escolas particulares é o que mais faz as famílias optarem pelo segmento. Tanto nos resultados da Região Sul, quanto nos apontados pelo total de entrevistados, 99% atestam que este é o principal motivo que os fizeram escolher a escola particular.

Segundo o responsável técnico pela pesquisa no Ibope, Herich Ulrich, o estudo ainda revela que os pais enxergam como investimento o que é pago na educação de um filho. Na Região Sul 95% concordaram com esta afirmativa e no total das oito regiões o índice caiu um pouco, para 93%. É o que pensa também a dona de casa Maria Terezinha Klein, 56 anos, mãe da estudante Mariana, 12 anos, matriculada na 6.ª série de uma escola particular em Curitiba. O que é gasto com educação para a filha (incluindo as despesas com atividades extra-curriculares) compromete 25% do orçamento mensal familiar. "Fazemos sacrifícios e estabelecemos prioridades. É um investimento. Assim ficamos mais tranqüilos com relação ao futuro dela", disse.

Modalidades

Os pais ainda avaliaram as quatro diferentes modalidades de ensino e se mostraram menos satisfeitos com a educação superior. No Sul, a satisfação foi de 61% com este nível, contra 79% no ensino médio, 86% no ensino fundamental e 84% na pré-escola. No Brasil foi ainda menor. Enquanto 53% estão satisfeitos com o ensino superior, 74% aprovam o ensino médio, 82% o ensino fundamental e 83% com a pré-escola.

Mas quando o ensino superior privado é comparado com o público, o grau de satisfação em relação à educação particular aumenta. Na Região Sul, 26% dos entrevistados se mostram insatisfeitos com o terceiro grau oferecido pela rede pública, enquanto que na rede particular este número cai para 16%. Já no Brasil esta diferença não é tão evidente. A insatisfação com o ensino superior particular é de 22%. No público sobe pouco, para 26%.

A pesquisa ainda demonstra que a preferência pela rede particular é maior. Enquanto 82% acreditam que a escola privada é satisfatória, 70% se mostram insatisfeitos com a rede pública. Na opinião de Ulrich, do Ibope, estes números, se analisados com outros indicativos, demonstram que os pais estão levando muito em consideração a qualidade de ensino, a falta de greves e uma série de outras coisas. "As pessoas estão optando mesmo é pelo privado", disse.

O Ibope ouviu 1.001 pais, com filhos com idades entre 7 e 17 anos, que estavam cursando o ensino fundamental ou médio da rede particular. A amostra representa a opinião de 1,2 milhão de pessoas. Na região metropolitana de Curitiba foram ouvidas 63 pessoas (6% da amostra).

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