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Com a vida útil no fim, Caximba deixará de receber lixo dos grandes geradores no próximo dia 15. Eles terão de buscar soluções para a destinação de seus resíduos | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Com a vida útil no fim, Caximba deixará de receber lixo dos grandes geradores no próximo dia 15. Eles terão de buscar soluções para a destinação de seus resíduos| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Com a aproximação do prazo-limite para que os grandes geradores – estabelecimentos que produzem pelo menos 600 litros de resíduos por semana – deixem de depositar o lixo na Caximba, soluções baseadas em ideias simples começam a aparecer. É o caso de um projeto idealizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e desenvolvido pela empresa Abdalla Ambiental, implantado em seis lojas da rede de Supermercados Condor e no Shopping Palladium. A técnica, considerada simples e econômica, passou por um período de testes e pode servir de base para outros grandes geradores, que só podem usar a Caximba até o próximo dia 15.

O processo se baseia em um modelo da Holanda e consiste basicamente na separação criteriosa do lixo orgânico. Os resíduos são levados a um triturador e, em seguida, despejados em um misturador, que mantém a "mistura" em constante movimento. Mais tarde, o produto é levado a uma estufa – aquecida a 90ºC, seguindo a legislação – com o objetivo de eliminar possíveis bactérias e micro-organismos. Depois do processo, essa espécie de "lavagem" é usada como ração para suínos em uma granja de posse da Abdalla Ambiental. E as embalagens são recicladas. "É a solução para a geração dos resíduos orgânicos, porque tudo pode ser aproveitado no processo", afirma Pedro Joanir Zonta, presidente do grupo Condor.

De acordo com o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, a parceria entre iniciativa privada e órgão público representa grande avanço na questão. "O IAP não pode apenas fiscalizar e punir. É preciso encontrar meios e tecnologias que possam auxiliar o meio ambiente", opina. Conforme o secretário estadual de Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, a eficiência do projeto pode significar um ganho de qualidade no tratamento do lixo. "Esse lixo ia para um aterro sanitário e precisava de uma série de cuidados. Agora, tem destinação, deixando de gerar odor, chorume e gás metano", afirma Rodrigues.

Conforme o secretário, as cidades do Paraná construíram 148 aterros em 12 anos. Desse total, 136 se transformaram em "lixões". "Esse é o investimento certo, porque diminui o impacto ao meio ambiente", diz. Conforme dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, cerca de 60% dos resíduos destinados aos aterros são orgânicos. Em países desenvolvidos, o porcentual se aproxima dos 30%. "Essa diferença significa que depositamos muitas vitaminas, proteínas, que poderiam ser aproveitadas, no lixo", diz.

Investimento

Além da prevenção dos danos ambientais – difícil de se medir economicamente falando –, o investimento para a implantação do processo não é alto: R$ 4 milhões, incluindo compra de máquinas e tratamento de funcionários no caso do Condor. Hoje, seis dos 19 supermercados de Curitiba e Região Metropolitana adotaram a técnica (o grupo tem outras oito lojas). O objetivo é estender o projeto a todas as lojas, evitando que 20 toneladas diárias de resíduos orgânicos sejam despejadas no aterro da Caximba. Desde o mês passado, o Shopping Palladium, com a mesmo procedimento, deixou de depositar 96 toneladas de resíduos por mês.

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