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Além da soja e do fumo, o mercado de gado, de milho e de mandioca – longe de suas melhores fases – também contribuiu para conter as transações imobiliárias e emperrar a economia no interior. O corretor de imóveis Ademar Resende, de Umuarama, avalia que a causa de todos os males do campo paranaense está na cotação baixa do dólar: "Se o dólar está embaixo, a soja cai, o gado cai e quem produziu não consegue nem pagar o custo que teve. A única coisa que tem dado resultado é a cana, mas este setor prefere apenas arrendar a terra", afirma.

Em Pato Branco, a procura por imóveis rurais é nula. "Até tem oferta, mas não tem comprador", testemunha o corretor Gonçalino Mota, que também culpa a retração do mercado de soja pela penúria que a classe enfrenta. Sem procura, cai a cotação: áreas mecanizadas na região de Guarapuava estão sendo oferecidas a até R$ 19,36 o hectare, sem que apareçam interessados.

Em Santo Antonio da Platina, resume o corretor Vilson Galdino Ribeiro, "ninguém quer vender, ninguém quer comprar. O último negócio por aqui aconteceu há dois meses", afirma. A economia naquele trecho do Paraná, baseada nos negócios com milho e boi, estremece com a safra mirrada pela seca e a baixa freqüência dos negócios com boi gordo – quer dizer, quando há boi gordo. "Um alqueire hoje está custando em média 853 sacas de milho (2.064 sacas por hectare). O problema é que agora nossa região está produzindo de 250 a 300 sacas por alqueire", diz Ribeiro.

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