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Peemedebista tem tropa de choque

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contou nas últimas semanas com o apoio incondicional de uma inusitada tropa de choque. Entre os mais ferrenhos defensores do presidente do Senado estão quatro nomes do chamado baixo clero, que ganharam notoriedade ao assumir a linha de frente pró-Renan. Uns enfrentam problemas na Justiça, outros estão de olho no apoio que o atual presidente pode lhes dar nas próximas eleições.

Com atuação importante no Conselho de Ética, estão ao lado de Renan Wellington Salgado (PMDB-MG), Almeida Lima (PMDB-SE), Gilvam Borges (PMDB-AP) e Leomar Quintanilha (PMDB-TO).

Fiel escudeiro de Renan, Wellington Salgado tem uma das empresas de sua família na mira do Ministério Público do Distrito Federal. A Universidade Salgado de Oliveira tornou-se ré num processo por suspeitas de irregularidades em contratos de publicidade com o Banco de Brasília (BRB).

O senador Almeida Lima recebeu as promessas de comandar o partido em Sergipe e de ser o candidato do partido nas eleições municipais de 2008. Outro defensor de Renan é Gilvam Borges, que já foi senador, entre 1995 e 2003, quando empregou sua mulher e sua mãe em seu gabinete e explicou-se: "Uma me pariu e a outra dorme comigo".

Leomar Quintanilha completa o grupo. Ele responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal por crime contra a ordem tributária.

Brasília – Às vésperas da votação da cassação do mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro, aliados do peemedebista e senadores da oposição passaram a traçar dois cenários prováveis para o futuro do político alagoano a partir de seu julgamento na quarta-feira. Considerando a possibilidade de ele ser absolvido em sessão secreta, o Senado considera dois desfechos: ele renunciar ao cargo de presidente ou permanecer no comando. Dependerá do tamanho dessa eventual vitória. Caso seja derrotado, há um receio generalizado de que o sentimento de vingança predomine no comportamento dele.

Se Renan conseguir escapar da cassação com uma boa margem de votos (entre 10 e 15 além dos votos computados pela cassação), a avaliação é que ele estará em condição política de continuar no cargo de presidente. E com um pouco mais de resistência para enfrentar os outros três processos que ainda correm no Conselho de Ética. Porém, caso ele consiga escapar da cassação, mas com uma margem apertada, ficará fragilizado, sem poder de barganha e será forçado a licenciar-se do cargo, a princípio temporariamente, ou até mesmo renunciar à presidência do Senado.

Pelas contas feitas pelos próprios líderes dos partidos no Senado sobre o julgamento de Renan, quarta-feira em plenário, com votação secreta, ele levava vantagem na sexta-feira. O presidente teria o apoio de 42 senadores, enquanto que 31 estavam na conta dos que votarão pela cassação, e nove estão indefinidos. É em cima desses nove senadores que os dois lados – aliados de Renan e defensores da cassação – estarão trabalhando até quarta.

No caso de perder a votação na quarta-feira, o quadro mudaria completamente. Neste cenário, advertem aliados de Renan, o dia seguinte será imprevisível. Há um receio grande na Casa de que ele, sem mandato, sem foro privilegiado e sem mais nada a perder, parta para a vingança contra cada um de seus inimigos, de quem coleciona muitas confidências. Tanto que o clima de animosidade no Senado já preocupa o Palácio do Planalto.

Nos últimos dias, Renan demonstrou não estar disposto a fazer nenhum acordo enquanto não houver a votação em plenário. Mas, a esperança no núcleo do governo Lula é de que, caso ele escape da cassação, faça um gesto para distensionar o Congresso. Caso resista, haverá apelo para que, pelo menos, ele tire uma licença até terminar os demais processos que estão no Conselho de Ética. "Se o Renan escapar, ele terá que renunciar ou pedir licença para desanuviar o ambiente", avalia o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), apontado no Senado como um dos eventuais nomes para a sucessão de Renan, caso ele renuncie.

Aliados de Renan já estão preocupados com o clima de campanha que se instalou no Senado. Além de Garibaldi, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) costuma ser chamado de "presidente", numa referência à possibilidade de suceder Renan. Na tropa de choque do alagoano, até José Sarney (PMDB-AP) ficou sob suspeita de cobiçar o cargo, depois que o seu afilhado político, o senador Gilvam Borges (PMDB-AP), passou a defender publicamente a renúncia de Renan.

O senador Tião Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente e potencial herdeiro do cargo, é cauteloso: "O corpo-a-corpo de Renan é excelente. Sendo absolvido, ele terá condições de recuperar o clima no Senado."

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