• Carregando...

A vigilância na fronteira do Paraná com Argentina e Paraguai é a tarefa mais difícil que os órgãos sanitários enfrentam no combate à febre aftosa no estado. Apesar das campanhas de vacinação, a falta de controle nas divisas mantém o Paraná em risco.

"Temos 18.168 propriedades e 370 mil cabeças de bovinos nessa região de fronteira. Precisaríamos fazer um trabalho preventivo", afirma o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Newton Pohl Ribas. Ele sustenta que o projeto foi enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) há "dois anos e meio".

O Mapa, por sua vez, tem participado de reuniões com representantes dos países vizinhos para resolver o problema, mas o plano de trabalho defendido pelo Paraná ainda não saiu do papel. Um encontro de ministros da Agricultura, previsto para 16 e 17 deste mês, em Montevidéu (Uruguai) deve definir a implantação desse plano de trabalho, diz o ministro brasileiro, Luís Carlos Guedes Pinto. "A questão da sanidade animal e vegetal tem que ser trabalhada do ponto de vista continental", defende.

O Paraná tem 178 quilômetros de fronteira com o Paraguai e 203 com a Argentina. Toda a divisa com o Paraguai é demarcada pelo Rio Paraná, que avança também em parte da fronteira com a Argentina. Considerando todo o Brasil, são 13 mil quilômetros de fronteira.

O ministro da Agricultura afirma que as reuniões realizadas em abril, em Caracas (Venezuela), e junho, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), garantiram apoio à proposta de trabalho brasileira. A integração teria agradado à Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e ao Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). No entanto, não ficou claro o que cada país vai fazer.

O secretário da Agricultura do Paraná diz que as tarefas são simples. "Precisamos criar uma área de controle, de 25 quilômetros de cada lado, cadastrar os proprietários, e promover vacinação assistida e palestras nessa região." Ele propõe que, uma vez por ano, fiscais e veterinários do Brasil e do Paraguai, por exemplo, sejam concentrados na fronteira para uma campanha de vacinação e conscientização bilateral.

Nem todas as travessias de fronteira são conhecidas pelos fiscais. Um levantamento solicitado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa começa a apresentar mapas detalhados da região que vai de Mato Grosso do Sul ao Acre. No entanto, fronteiras do Norte e do Sul do país só devem ser investigadas a partir do ano que vem.

O programa internacional divulgado pelo Mapa promete controle sobre as diversas pragas e doenças transfronteiriças. A aftosa será apenas o primeiro alvo, afirma Guedes Pinto. O ministro diz acreditar que a prevenção continental será implantada "de fato" em 2007.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]