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41% das cidades brasileiras sofreram, de 2008 a 2012, pelo menos um desastre natural. Foram 2.276 cidades atingidas por inundações, enxurradas ou deslizamentos de encostas. A pesquisa Munic 2013, do IBGE, mostra ainda que só as enchentes ocorridas no ano passado deixaram 1.406.713 pessoas desabrigadas (definitivamente sem casa) ou desalojadas (temporariamente sem moradia).

As cenas de pessoas amontoadas em abrigos, vistas nas enchentes neste ano no Norte, são comuns em várias partes do país. Foram 1,4 milhão de desabrigados ou desalojados entre 2008 e 2012. Tal realidade contrasta com o fato de apenas pouco mais da metade dos municípios possuírem alguma ação de gestão de riscos e desastres.

Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, a Munic, divulgada pelo IBGE ontem. Pela primeira vez, a pesquisa trata do tema de desastres naturais e da resposta do poder público a essas ocorrências.

As enchentes atingiram 1.543 municípios (27,7% do total) entre 2008 e 2012. Foram registradas 8.942 ocorrências – ou seja, algumas cidades tiveram mais de um registro do problema climático nesse período.

O IBGE identificou ainda outros tipos de fenômenos causados pelas chuvas, de acordo com a sua gravidade. As enxurradas (ocorrência com maior volume de chuva e de água acumulada) acometeram 28,3% das cidades, com 777,5 mil desabrigados ou desalojados de 2008 a 2012.

Mais frequentes, mas com menor potencial de estrago, os alagamentos atingiram 2.065 municípios (37,1%). Dentre as regiões, as maiores concentrações ocorrem na região Sudeste (45,2% das cidades) e Sul (43,5%), onde predominam as chuvas de verão e o relevo do litoral, com encostas, favorece alagamentos. Neste verão excessivamente seco, não foram noticiados tantos problemas como em anos anteriores nessas áreas.

Segundo especialistas, um fator que amplifica o risco é que a maior parte da população dessas regiões se concentra na faixa de até 100 km da costa, como é o caso das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Curitiba, onde são comuns os alagamentos.

Prevenção

Quase metade dos municípios não faz gestão de riscos e desastres. Em 2013, 51,9% dos municípios possuíam pelo menos um dos 12 instrumentos de planejamento urbano pesquisados sobre o tema. Ou seja, 48% das cidades não realizavam nenhuma ação de gestão de riscos e desastres.

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