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Pesquisa analisou pavimento das rodovias e acostamentos, sinalização e até geometria das estradas | Marcelo Elias/Agência de NotíciasGazeta do Povo
Pesquisa analisou pavimento das rodovias e acostamentos, sinalização e até geometria das estradas| Foto: Marcelo Elias/Agência de NotíciasGazeta do Povo

Metade das estradas que cortam o Paraná, tanto federais, estaduais quanto as concedidas à iniciativa privada (pedagiadas), estão em más condições. De acordo com a Pesquisa Rodoviária 2009, divulgada nesta quarta-feira (28), pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 50,8% das estradas tiveram avaliação negativa, classificadas como regulares, ruins e péssimas. O número estadual ficou abaixo da média nacional, que foi de 69% das estradas nestas condições.

O Paraná tem aproximadamente 15 mil quilômetros de rodovias, entre estaduais e federais, mas o estudo avaliou 5.358 quilômetros. A pesquisa deste ano mostrou que 49,2% das estradas paranaenses tiveram avaliação como bom e ótimo. No Brasil a porcentagem ficou em 31% para as mesmas situações.

Durante entrevista coletiva concedida pela manhã desta quarta, o presidente da CNT, Clésio Andrade, elogiou os investimentos do governo federal na recuperação das rodovias, R$ 23 bilhões desde 2003, mas ressaltou que muito ainda precisa ser feito. Segundo cálculos da entidade, para que todos os trechos de rodovias mal avaliados fossem recuperados, seriam necessários investimentos de, no mínimo, R$ 32 bilhões.

No Paraná a maioria das estradas teve avaliação regular, 35,9%. As rodovias consideradas ruins tiveram 12,4% e as péssimas 2,5%. Por outro lado, 35,5% foram avaliadas como boas e 13,7% como ótimas.

Raio X

Entre os 5.358 quilômetros de estradas avaliadas no Paraná foi constatado que a maioria é de pista simples de mão dupla: 4.463 quilômetros, o que representa 83,3% da extensão avaliada. Estradas com pista dupla com canteiro central representam 12,1% da pesquisa, 648 quilômetros.

O estudo constatou que a maior parte das rodovias avaliadas apresentou trechos sem curvas perigosas: 3.248 quilômetros (60,6%). Trechos com curvas perigosas foram 2.110 quilômetros (39,4%). Para classificar as rodovias, a pesquisa da CNT avaliou sinalização, condições do asfalto, acostamento e geometria das estradas.

A íntegra da pesquisa está disponível no site da CNT. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado dos Transportes (DER), para comentar a pesquisa, e aguarda o retorno.

Número de acidentes

De acordo com as polícias rodoviárias Estadual (PRE) e Federal (PRF), as condições dos pavimentos das rodovias não influenciam diretamente no número de acidentes. "Essa relação é inversamente ao contrário. Quanto melhor a rodovia, maior são os números de acidentes, porque a pessoa desenvolve uma velocidade maior num bom pavimento e acaba ficando mais vulnerável", explicou o tenente Sheldon Vortolin, chefe de operações do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).

Vortolin afirmou, por outro lado, que uma rodovia numa condição pior de conservação pode acabar gerando problemas mecânicos nos carros, e com isso acidentes. "Se a pessoa passar por um buraco e estourar o pneu pode perder o controle do veículo", definiu.

Para o inspetor Fabiano Moreno, chefe de comunicação social da PRF, a condição do asfalto tem uma influência maior no custo dos transportes do que nos acidentes. "A grande parte dos acidentes é causada por imperícia e imprudência dos motoristas. Uma pequena parte é causada por buracos ou más condições das estradas", disse Moreno. A PRE administra aproximadamente 12 mil quilômetros de estradas e a PRF 3,5 mil no Paraná.

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