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Veja como funcionará o metrô de Curitiba, que tem previsão para operar em 2014 |
Veja como funcionará o metrô de Curitiba, que tem previsão para operar em 2014| Foto:

Pátio

Manobras serão feitas em área com araucárias

O projeto do metrô de Curitiba prevê a construção de um pátio de manobras e da central de controle de tráfego em uma área de mais de 350 mil metros quadrados no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O terreno pertence à empresa chilena Arauco do Brasil e tem uma área de mata com araucárias. O local deverá ser desapropriado e terá de ser desmatado.

"Nesse terreno há locais degradados, com o solo exposto, um povoamento de pínus, algumas manchas de vegetação nativa em estágio inicial e um pequeno fragmento de floresta secundária, com araucárias [...]. Esses ambientes abrigam animais silvestres, sobretudo aves", diz um trecho do Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima). O estudo sugere manter em pé o trecho de mata.

Segundo o diretor de Sustentabilidade da Arauco, Mário de Souza, há nove anos, a área está interditada pela prefeitura. Não pode ser vendida nem receber construções. Ele disse não saber o valor do terreno, mas, o projeto reserva até R$ 2,4 milhões para a indenização de áreas que serão utilizadas para a implatação do metrô.

Especialista critica omissão do Conselho de Transporte

Especialistas em mobilidade urbana reprovam a forma como a prefeitura de Curitiba vem conduzindo o processo de licenciamento ambiental prévio do metrô. Para eles, o fato de a prefeitura ter escolhido o período entre os meses de dezembro e janeiro para dar início ao processo de licenciamento am­­biental e a inoperância do Conse­lho Municipal de Transportes são prejudiciais.

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PAC 2 é a esperança de financiamento

Ainda há chance de o projeto de implantação do metrô de Curitiba ser incluído na lista de obras que serão financiadas pelo Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2). A informação é da Casa Civil do governo federal, mas Curitiba terá de disputar os recursos com projetos de outras cidades. O PAC 2 prevê investimentos de R$ 955 bilhões entre 2011 e 2014, dos quais R$ 18 bilhões seriam destinados a obras de mobilidade urbana.

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  • A prefeitura terá de desmatar a área da CIC onde ficarão o pátio de manobras e a central de controle de tráfego do metrô

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba deu início em dezembro do ano passado ao processo de licenciamento am­­biental prévio do metrô. Apesar de esta ser a fase para prestar esclarecimentos e informar a população sobre os impactos do metrô, pouca gente nos 20 bairros que serão afetados pelas obras e pelos 22 quilômetros da Linha Azul, en­­tre o Pinhei­rinho e o Santa Cân­dida, tem conhecimento do projeto.

Por enquanto, comerciantes e usuários do transporte coletivo sabem pouco sobre o assunto. Só especialistas em mobilidade urbana e ativistas ligados à área conhecem detalhes do projeto. A Secre­taria do Meio Ambiente terá de realizar uma audiência pública para conceder a licença-prévia com base no Estudo de Impacto Ambiental e no Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) desenvolvidos pela empresa Ecossistema. A audiência ainda não foi marcada e a divulgação terá de ser feita com 20 dias de antecedência. Até lá, os estudos podem ser consultados no site da prefeitura ou na sede da Se­­cretaria do Meio Ambiente. Mas pouca gente sabe dessa possibilidade.

"Vão ter que consultar a gente, mas não falam nada", reclama Mirian Jesuíno da Silva, proprietária de uma loja no bairro Pinhei­rinho. Ela será uma das afetadas, já que a previsão é que as avenidas Wiston Churchill e República Argentina sejam fechadas para a circulação de veículos durante as obras. Isso significa transferir o tráfego para vias paralelas por tempo indeterminado.

Roseli Maia, dona de uma loja na região, também reclama da falta de informações. "Gostaria de participar [da discussão], mas não vi divulgação", diz. Ela não se opõe ao metrô, mas diz desconhecer o projeto e sabe que terá transtornos durante as obras. "Para quem depende [do movimento] da avenida, é feroz", afirma.

Nem o presidente da Associação dos Comerciantes da Macrorregião do Pinheirinho conhece detalhes do projeto, nem sabia que é possível acessá-lo. "Não estamos sabendo de nada", disse Irineu Chris­tofoli, que é também dono de uma loja na região. Ele quer mobilizar os comerciantes e defende que o trajeto do metrô passe nas vias residenciais ao lado das avenidas Wiston Churchill e República Argentina. "A proposta é jogar [o metrô] pela via rápida. Mas temos que ver o projeto."

Já a vendedora Loreni Pereira da Luz, usuária do transporte coletivo, não vê vantagens no investimento. "Para que metrô?", questiona. "Eu pego um ônibus perto do terminal do Pinheirinho e em 20 minutos estou na Praça Rui Barbosa, no Centro."

O superintendente de Controle Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Mário Rasera, pretende envolver as regionais da prefeitura para informar a população. "Vamos envolver as administrações regionais e pedir para as entidades comerciais divulgarem. Nos interessa ter toda a população envolvida." Rasera garante que as sugestões serão analisadas. "Al­­guns ajustes podem ser sugeridos por nós ou pela população." O projeto foi desenhado pelo Instituto de Pesquisa e Plane­jamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e elaborado pelo consórcio Novo Modal, que engloba as empresas Trends, Engefoto, Esteio e Vega.

Serviço:

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) podem ser consultados no site da prefeitura: www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/consulta-eiarima-metro-curitibano-secretaria-municipal-do-meio-ambiente/467

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