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O trecho inicial do metrô curitibano será elevado. Veja a sua localização |
O trecho inicial do metrô curitibano será elevado. Veja a sua localização| Foto:

Projeto

Terreno de 350 mil m² será desapropriado

Cintia Junges, especial para a Gazeta do Povo

O terreno onde será construído o pátio de manutenção e a estação CIC Sul do metrô de Curitiba, na região da Cidade Industrial, será a única área a ser desapropriada nessa primeira etapa da obra, segundo Cléver Almeida, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (IPPUC).

De acordo com ele, a prefeitura já negocia a compra com a empresa dona do local, cujo nome não foi divulgado. A área é coberta apenas por vegetação, tem cerca de 350 mil m² e fica no cruzamento do Contorno Sul com a Linha Verde.

Quem mora ou trabalha na região já vive a expectativa de poder contar com o metrô. Para o mecânico José Rerivaldo Pacheco, 39 anos, morador do Pinheirinho, a possibilidade de se deslocar rapidamente é animadora. Hoje, o trajeto da sua casa até o Centro demora de 40 a 50 minutos, com trânsito bom. "O metrô pode ajudar a descongestionar a Linha Verde, que está bastante saturada nos horários de pico", diz.

Já para João Bertasi Nozak, de 56 anos, que mora ao lado da antiga BR, a implantação do metrô, além de aumentar a oferta no transporte coletivo, vai trazer, por meio dos projetos de urbanização, mais segurança aos pedestres que precisam atravessar constantemente a Linha Verde.

Dilma anuncia R$ 1 bi para projeto gaúcho

Agência Estado

Depois de passar por Curitiba na quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff desembarcou no Rio Grande do Sul ontem para anunciar o investimento de R$ 1 bilhão, a fundo perdido, na construção do metrô de Porto Alegre, em cerimônia no Palácio Piratini, sede do governo estadual. A União também vai disponibilizar linhas de crédito de R$ 750 milhões, com juros subsidiados, para a prefeitura da capital gaúcha e o estado entrarem com suas contrapartidas no projeto. O custo total previsto é de R$ 2,45 bilhões.

Os outros R$ 750 milhões serão buscados pelo município, governo do estado e parceiro privado. Parte deles pode sair de isenções fiscais para a obra, que pode começar em 2013 e ficar pronta em 2017. A presidente também anunciou que o governo federal vai financiar oito corredores de ônibus para trajetos intermunicipais na região metropolitana de Porto Alegre. O custo estimado do projeto é de R$ 300 milhões.

Dilma encerrou sua agenda pública por volta das 16h30 e permanece em Porto Alegre até hoje, em atividades particulares, sobretudo encontros com familiares.

  • Terreno que vai receber o pátio de manobras do metrô e a estação CIC Sul, na Cidade Industrial: prefeitura já negocia compra

O metrô de Curitiba não será subsidiado pela prefeitura. Quem garante é o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida. Na maior parte das cidades da Europa e nos trens de São Paulo, as administrações municipais auxiliam financeiramente a operação do sistema para manter a passagem acessível.Segundo ele, o curitibano vai pagar a mesma tarifa para usar o ônibus ou o metrô, havendo integração física entre os modais. Em Brasília, São Paulo e Rio de Janei­­ro, há diferenças no valor da passagem do metrô e do ônibus, com custos adicionais quando há integração entre modais.

Almeida afirma ser impossível cravar qual será o valor da passagem em 2016, quando o metrô entrará em operação. Contudo, nas simulações realizadas até o momento, ele diz que o sistema pode se manter sozinho, sem a necessidade de apoio financeiro. "Chegamos à conclusão de que é perfeitamente viável manter uma tarifa única sem subsídios, mesmo com a presença do metrô", explica.

Dois argumentos são usados para destrinchar o raciocínio. O primeiro deles é o possível aumento da demanda: de 320 mil passageiros diários para 400 mil no trajeto percorrido pelo metrô. "O número é conservador", diz Almeida. O outro fator é o chamado "subsídio cruzado", que consiste em planejar o sistema de uma forma que o lucro das linhas mais usadas cubra o prejuízo das menos procuradas. "Isso já acontece em Curitiba. Cada linha usa um ônibus com um custo, que é rateado pelo sistema", afirma.

Prejuízo

Embora possa parecer simples encontrar o equilíbrio econômico, o sistema de transporte coletivo da capital opera hoje no prejuízo. De acordo com a Urbs, o valor da tarifa técnica (custo operacional real) é de R$ 2,55. "O valor de manutenção do metrô é de R$ 199 milhões por ano. O mesmo trajeto do expresso sai por cerca de R$ 50 milhões por ano", diz o arquiteto e engenheiro civil Lubomir Ficinski Dunin, ex-diretor de transportes da Urbs. "Quem vai pagar a diferença vai ser a população, seja na tarifa ou por meio de s ubsídios."

O professor do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná Garrone Reck afirma que a tendência é o metrô elevar o custo da passagem do ônibus se não houver cobranças distintas. "O valor vai depender de uma série de fatores, como o número de pessoas que trocam o automóvel pelo metrô ou o trajeto percorrido", explica. "Mas manter o valor igual pode equilibrar a conta com o aumento de usuários, trazendo benefício duplo para a cidade, pois vai tirar carros das ruas", diz.

Conforme Reck, existem modelos diversificados para não deixar a tarifa chegar a um valor elevado, como a cobrança maior quando houver integração. "Quem fizer deslocamento maior, paga a passagem mais cara", afirma. No anúncio oficial do metrô de Curitiba, o próprio Ministro das Cidades, Mário Negromonte, admite que só a criação de inúmeras vantagens vai fazer com que as pessoas troquem o carro pelo transporte coletivo. "Nós podemos levar o público ao transporte de massa, desde que seja rápido, seguro, confortável e com tarifa acessível".

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