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Estratégias

Empresas precisarão se capitalizar para gerir o negócio

As empresas que pretendem concorrer à licitação para a construção e operação do metrô de Curitiba vão precisar de capital antecipado para as obras – caso a decisão do governo federal, de repassar a verba somente com o fim das obras, seja confirmada. Segundo a prefeitura, as empresas vão estar cientes dessa obrigação no processo de concorrência. A licitação prevê que, após o término das obras, em 2016, o vencedor poderá operar o serviço metroviário da Linha Azul durante 30 anos.

Para um aporte financeiro de bilhões de reais, segundo o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) José Wladimir Freitas da Fonseca, as empresas terão duas opções: empréstimo via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou por meio de bancos estrangeiros. O professor explica, porém, que a saída mais viável é a concessão de crédito pelo fundo estatal. "A taxa de juros do BNDES é mais atrativa, além de ter o Estado por trás".

Viabilidade

Apesar da possibilidade de financiamento pelo BNDES ou por bancos internacionais, alerta Fonseca, os consórcios participantes terão de verificar se o projeto do metrô é viável tanto para a empresa quanto para o futuro usuário do metrô. São duas as condições às quais os participantes devem ficar atentos: a taxa interna de retorno e a viabilidade sob o ponto de vista do mercado.

Sobre a taxa interna de retorno, de acordo com o professor, o importante é saber em quanto tempo e em que condições o investimento no metrô se tornará rentável para a empresa. Também é necessário confirmar se a passagem do metrô será atraente para que o usuário troque os ônibus e carros pelo metrô. "Há ainda as condições de oferta desse serviço, para que seja confortável e atrativo", explica. (RB)

Fonte

De acordo com a prefeitura, apesar da revisão do valor, não haverá adicionais no dinheiro repassado pelo governo federal, cujo montante já estava decidido desde outubro de 2011.

475 mil

pessoas serão transportadas diariamente pelo primeiro trecho do metrô curitibano. Previsão inicial era de 400 mil.

O Palácio do Planalto assinará hoje portaria de inclusão do metrô de Curitiba no Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade (PAC da Mobilidade Grandes Cidades). A presidente Dilma Rousseff vai anunciar a liberação de R$ 1 bilhão do governo federal, a fundo perdido (sem necessidade de devolução do dinheiro), para a obra na capital paranaense. Porto Alegre e Belo Horizonte também serão beneficiadas. O valor total das obras em Curitiba, entretanto, foi revisado pela prefeitura para R$ 2,33 bilhões. Antes, a obra estava orçada em R$ 2,25 bilhões. A capacidade diária de passageiros da primeira fase das obras (Linha Azul) também foi alterada – de 400 mil para 475 mil.

De acordo com a prefeitura da capital paranaense, apesar da revisão do valor, não haverá adicionais no dinheiro repassado pelo governo federal, cujo montante já estava decidido desde outubro de 2011. O acréscimo será obtido com outras formas de captação de recursos, como empréstimos, verbas da prefeitura, recursos da Parceria Público Privada (PPP) e investimento do governo estadual do Paraná.

O aumento na capacidade do metrô também não significa, de acordo com a prefeitura, que haverá mudanças no projeto. O sistema de metrô de Curitiba não será alterado e terá 25 trens, com cinco vagões cada um, conforme o anúncio feito em outubro do ano passado. A Linha Azul contará com 13 estações e ligará a Cidade Industrial, na região sul do município, à Rua das Flores no centro.

Edital

Após a autorização que será concedida hoje, a prefeitura poderá lançar o edital de convocação para as obras. De acordo com o poder público, está prevista para o dia 15 de maio uma audiência pública que vai decidir os detalhes do processo licitatório. Durante o encontro, os participantes poderão dar sugestões sobre a licitação e tirar dúvidas sobre o processo. A licitação deve ser aberta em julho deste ano e as obras do metrô começarão até o fim de 2012.

Repasse das verbas

Com a confirmação da liberação da verba federal, a expectativa é que o Palácio do Planalto também defina a forma de repasse dos recursos. Neste mês o governo federal havia sinalizado que encaminharia o dinheiro para as prefeituras apenas quando o metrô estivesse em operação. De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, a decisão poderia inviabilizar a obra. Ontem, o prefeito do município, José Fortunati, esteve em Brasília para apresentar propostas mais viáveis ao município – uma delas é a liberação gradual dos recursos, na medida em que etapas das obras forem concluídas.

Segundo o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Cléver Ubiratan Teixeira de Al­meida, não haverá problema caso a verba federal seja repassada apenas quando o metrô estiver em operação. "Essa modelagem já foi negociada entre a prefeitura e governo federal e Curitiba já estava preparada para isso", garante.

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