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São Paulo – O presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Flávio Godói, garantiu ontem que os trens do metrô circularão normalmente hoje. Ontem, com a greve de 24 horas iniciada à meia- noite de segunda-feira, 2,8 milhões de pessoas ficaram sem transporte.

Muitos desistiram de ir para o trabalho. Edvaldo de Sousa Oliveira, 34 anos, foi pego de surpresa pela porta fechada do Metrô Jabaquara, às 5 horas da manhã. Ele chegou a descer as escadarias até a entrada para ler o cartaz que anunciava a greve. Um segurança do Metrô se aproximou e ainda tentou consolá-lo: "É só por 24 horas". Mas Oliveira riu do vigia: "Vinte e quatro horas já são suficientes para estourar com a vida da gente." Ele voltou para casa.

Com a greve, a circulação de veículos na cidade de São Paulo ficou muito comprometida. Pela manhã, o índice de congestionamento bateu o recorde para uma terça-feira, com 188 quilômetros, às 9 horas.

Ilegal

Ao iniciar a greve, o Sindicato dos Metroviários descumpriu uma liminar do Tribunal do Trabalho de São Paulo que garantia a manutenção de 100% da frota do metrô nos horários de pico – entre 6 e 9 horas e entre 16 e 19 horas – e 80% nos demais horários, em caso de greve. O descumprimento implica multa diária de R$ 100 mil para o sindicato.

A greve deve ser julgada esta semana. "No julgamento será decidido se a greve é abusiva ou não. Se for considerada abusiva, o Sindicato dos Metroviários terá de pagar, de acordo com determinação do Ministério Público do Trabalho, a multa de R$ 100 mil, decisão na qual pode recorrer a instâncias superiores", de acordo com a procuradora regional do trabalho, Oksana Boldo.

Para a advogada trabalhista Elizabeth Djehadian, é difícil que a greve não seja considerada abusiva.

"O motivo, a Parceria Público Privada para o funcionamento da Linha Amarela, não seria plausível para prejudicar tantas pessoas", acredita Elizabeth.

Para ela, os interesses envolvidos nessa greve são menores que os da própria coletividade. "Eles podem usar o direito constitucional que garante a greve, mas devem fazer uso desse direito de uma forma respeitadora e de acordo com a legislação", defende a advogada.

Os metroviários entraram em greve por serem contra a Parceria Público Privada que vai operar a Linha 4 do Metrô. Eles consideram a PPP uma forma de privatização do sistema.

O contrato da PPP entre o governo do Estado de São Paulo e o consórcio que vai operar a Linha 4 do Metrô (Luz-Vila Sônia) ainda não foi assinado, pois depende do julgamento de um recurso do Sindicato dos Metroviários, no Tribunal de Justiça.

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