12,2% é quanto os metroviários de São Paulo querem de reajuste salarial. Já o Metrô, oferece 8,7%, valor também estipulado pelo TRT. O julgamento de ontem ocorreu após três tentativas de acordo.
Mesmo com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de considerar a greve abusiva, os metroviários de São Paulo decidiram, na tarde de ontem, em assembleia na capital paulista, pela manutenção da paralisação. Esta já é a maior greve da história do metrô de São Paulo.
"Tem uma Copa do Mundo, o maior evento esportivo do mundo. Estamos em um momento único. Tem também eleições no fim do ano. Os protestos do ano passado entraram na nossa mente. Não pode ficar massacrando, batendo em trabalhador. Em 2007, nós recuamos e houve demissões. Nós podemos sair da luta derrotados se recuarmos ou se continuarmos a greve. Vão tentar nos retaliar agora ou depois. A nossa proposta é continuar a greve", disse o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, na assembleia, angariando o apoio da maioria.
De acordo com o Sindicato dos Metroviários, 3 mil pessoas acompanharam a sessão. Uma nova assembleia está marcada para hoje, às 13 horas. Depois de considerar a greve do Metrô abusiva, em julgamento realizado na manhã de domingo, o TRT definiu o reajuste salarial da categoria em 8,7% e estabeleceu o piso dos engenheiros em R$ 6.154,00. Além disso, caso a greve continue, além da multa já estabelecida de R$ 100 mil por dia pela vice-presidente judicial do TRT, Rilma Aparecida Hemetério, foi arbitrada multa adicional de R$ 400 mil ao sindicato da categoria, o que totaliza R$ 500 mil por dia, em valores a serem revertidos para o Hospital do Câncer de São Paulo. As decisões serão levadas para a assembleia dos metroviários.
A greve foi considerada abusiva por unanimidade e não foi enquadrada como ilegal porque, de acordo com o TRT, o termo restringe-se apenas à paralisação patronal (lockout) e a dos militares.
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