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Com mudanças enviadas nessa semana pelo governo à Alep, Francischini comandará uma pasta de R$ 3,5 bilhões no ano que vem | Geraldo Magela/Agência Senado
Com mudanças enviadas nessa semana pelo governo à Alep, Francischini comandará uma pasta de R$ 3,5 bilhões no ano que vem| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Troca-troca

Governo Richa teve quase um secretário por ano na pasta

Nos primeiros quatro anos de governo, passaram pela pasta o delegado federal Reinaldo de Almeida César Sobrinho, o procurador do Ministério Público Cid Vasques e o atual titular, o perito do Instituto de Criminalística Leon Grupenmacher. Este último deve permanecer no cargo até o fim do ano.

Sobre o anúncio feito pelo governo estadual ontem, Grupenmacher diz que continuará contribuindo com a administração em tudo que for possível. "O cargo é do governador e estarei à disposição como sempre estive", afirmou Grupenmacher, por meio da assessoria de imprensa.

Convites

Francischini e a atual titular da Secretaria da Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, concorriam à vaga na cadeira principal da Segurança Pública. Convidada na terça-feira, Maria Tereza declinou e abriu espaço para o deputado assumir a vaga.

Perfil

Oposição ao governo federal, o novo secretário da Segurança Pública do Paraná já se notabilizou pela atuação no combate ao tráfico internacional de drogas.

Ele prendeu Juan Carlos Ramírez Abadía, colombiano suspeito de mandar matar 15 pessoas nos Estados Unidos e cerca de 300 na Colômbia, e o brasileiro Fernandinho Beira-mar. Evangélico, o parlamentar é contra a descriminalização das drogas e um dos principais entusiastas da redução da maioridade penal. Ele foi secretário Municipal Antidrogas de Curitiba entre 2008 e 2010. É deputado federal desde 2011.

No mesmo dia em que foi anunciado como novo secretário da Segurança Pública do Paraná, o deputado federal Fernando Francischini (SD), 44 anos, afirmou que vai priorizar o combate aos crimes contra o patrimônio no estado. Ele é o quarto secretário da área sob a batuta do governador Beto Richa (PSDB). As últimas estatísticas divulgadas pela Sesp apontaram que Curitiba registrou aumento de 17% nos roubos. Os dados em escala estadual avançaram 7% entre janeiro e setembro deste ano comparado com o mesmo período de 2013.

Francischini prometeu instituir uma filosofia de austeridade. "Meu perfil é lei e ordem. Sou linha dura", disse. Com essa postura, ele pretende iniciar uma investida contra o crime organizado. Por isso, segundo Francischini, o Departamento Estadual Penitenciário (Depen) deve ficar sob a administração da Sesp, conforme projeto enviado pelo governo anteontem à Assembleia Legislativa.

A Sesp é uma das principais pastas do governo estadual, com orçamento de R$ 2,6 bilhões. Esses recursos devem receber um reforço de mais de R$ 400 milhões com a ida do Depen para lá, sem contar os cerca de R$ 5 milhões do Fundo Penitenciário Estadual.

Ainda sem equipe definida, Francischini deve tentar seguir o exemplo de seu colega da Polícia Federal José Mariano Beltrame, titular da mesma pasta há anos no Rio de Janeiro, e trazer policiais federais para a secretaria estadual. Com isso, ele ressalta ter o apoio do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Os dois ocupam espaços opostos no cenário político brasileiro. Francischini é um dos líderes de oposição no Congresso.

"Tenho grande amizade com o ministro. Fui interlocutor do governo federal em questões de segurança, por mais contraditório que seja", salienta.

Francischini tentará também contornar o mal-estar gerado entre Ministério Público e governo estadual nos últimos anos após este último tentar mudar a estrutura dos Gaecos (Grupos de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado). "O Gilberto Giacóia [procurador geral de Justiça] é meu amigo e eu sou um grande admirador do trabalho do Leonir Batisti [coordenador estadual dos Gaecos]", afirmou.

De forma indireta, Francischini criticou a atual gestão da Sesp. Ele disse que o objetivo de sua administração será operacionalizar todos os "avanços" que o governador Beto Richa teria implementado nos primeiros quatro anos de governo.

O novo secretário afirmou ter carta branca para mudar a legislação estadual que alcança as polícias Civil e Militar. A primeira medida é criar um novo processo de promoção na carreira de praças – que são a base da PM. "Já tenho sinalização do governador para rever a legislação e valorizar mais os policiais. A primeira é a lei de promoção de praças, incentivando eles a ficarem mais na carreira", afirmou. Segundo ele, a experiência legislativa em Brasília deverá contribuir para isso.

O combate ao tráfico deve tomar corpo na repressão aos pequenos traficantes e aos grandes distribuidores. Na avaliação de Francischini, o pequeno traficante é o que mais gera problemas para sociedade.

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