Na próxima semana a Assembleia Legislativa pode votar um projeto de lei permitindo que policiais militares aposentados possam voltar à ativa como vigilantes de sedes administrativas e patrimônios públicos, como escolas e hospitais. O sindicato da categoria argumenta que a medida poderá causar a demissão de 6 mil trabalhadores do setor. Os policiais que aceitarem receberão uma gratificação de R$ 1,3 mil mensais.
Para o presidente do sindicato, João Soares, os policiais não estão preparados para realizar a função preventiva dos vigilantes. Além disso, não atenderia das duas etapa básicas para a contratação de serviços públicos: a licitação ou o concurso público. "Estão tirando o trabalho de quem precisa. Esperamos que a questão técnica seja levada em conta." O presidente da Associação de Defesa dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai), coronel Elizeu Furquim, diz que a decisão é equivocada. Ele acredita que esta é uma forma de explorar mão de obra e subutilizar os policiais. "O governo nos trata como pessoas de segunda categoria. Por que não amplia o número de funcionários ao invés de criar subempregos?", questiona.
O vigilante Altimar Moreira, 29 anos, está há três na profissão. Ele tem três filhos, de 9 e 7 anos e 4 meses. É o único na casa que trabalha e com o piso da categoria, cerca de R$ 1 mil, sustenta toda a família. Ele é um dos vigilantes que pode perder o emprego. Para entrar no trabalho, teve que fazer cursos e se especializar. "Corremos risco de vida e agora podemos ser dispensados. O que eu vou fazer para sustentar minha casa?" (PC)
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