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Para o Ministério da Saúde, a cidade de Porto Amazonas não conta com nenhum tipo de atendimento médico. Levantamento divulgado aponta que o município dos Campos Gerais, com 4,2 mil moradores, está entre os 33 no Paraná e os 455 do Brasil que não têm médico. A pesquisa foi feita com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Scnes), que apontou quais as localidades, em tese, não tinham médico inscrito. Mas não é o caso de Porto Amazonas. A cidade tem até hospital, onde seis profissionais se revezam no atendimento. Há ainda um concursado pela prefeitura e outro do programa Saúde da Família. Um deles mora no município.

Como Porto Amazonas fica a apenas 45 minutos de viagem, por rodovias bem asfaltadas, de Ponta Grossa ou de Curitiba, a pequena cidade não tem dificuldade de conseguir médicos que atendam à população local. Assim, a prefeitura não oferece altos salários. Os valores oscilam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. A prefeitura gasta em saúde muito mais do que manda a lei. Ao invés do mínimo de 15% do orçamento, a administração chegou a gastar 27%. Boa parte do recurso vai para custear as despesas com transporte. Cerca de 400 pessoas são levadas todos os meses para atendimento em outras cidades.

De 1993 a 1996, o hospital ficou fechado e, no período, nenhuma criança nasceu porto-amazonense. Mas a unidade foi reaberta e, desde então, o cadastro de profissionais é mantido atualizado. Na cidade, ninguém sabe explicar como é que a cidade foi parar na lista daquelas que não contam com atendimento médico. No Ministério, a equipe responsável pela pesquisa reconheceu que pode ter acontecido o que chamou de "inconsistência". Em consulta ao Scnes, a reportagem confirmou que existem médicos em mais da metade das cidades supostamente desassistidas e que há seis médicos cadastrados em Porto Amazonas. Jiris Rezende Abou Rejaile atende no Hospital e Maternidade Menino Jesus há mais de três anos e está, há igual tempo, registrado no Scnes. "Existo, sim, e atendo muita gente", diz.

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