Brasília Cerca de 90 mil cartazes e 30 milhões de folhetos serão usados na Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Normal e Redução da Cesárea Desnecessária, que será lançada amanhã pelo Ministério da Saúde. O material será distribuído prioritariamente a mulheres grávidas e aos profissionais de saúde que atendem gestantes e realizam partos nas redes públicas e privada.
O Sistema de Nascidos Vivos, que registra as condições do parto, da gestante e do recém-nascido, mostra que 41,8% dos partos realizados no país em 2004 foram cirúrgicos.
Segundo o Ministério da Saúde, o parto tipo cesárea apresenta um risco maior de morte que o parto normal. Além disso, também há possibilidades maiores de lesões acidentais, reações à anestesia, infecções e hemorragias das usuárias, e de prematuridade e desconforto respiratório do bebê.
A campanha será iniciada na semana do Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e do Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, comemorados ontem. De acordo com os números do Ministério da Saúde, estima-se que no país 95% dos partos são realizados em hospitais e ocorrem anualmente cerca de 75 mortes de mulheres por 100 mil nascidos vivos, quando a taxa aceitável é de 20 por 100 mil. E que 95% dos óbitos maternos em todo o mundo são registrados em países em desenvolvimento.
Segundo a diretora de Ações Estratégicas Programáticas do Ministério da Saúde, Cristina Boareto, no Brasil a mortalidade materna é alta e em muitos casos poderia ser evitada. "(Quem morre) é geralmente uma mulher jovem, na faixa reprodutiva e que deixa órfãos, então isso tem uma repercussão muito grande dentro da sociedade", explica.
Relatório divulgado pela OMS em abril do ano passado alerta que 529 mil mulheres morrem anualmente no mundo durante a gravidez, o parto ou logo após o nascimento da criança. Dessas, cerca de 68 mil morrem em conseqüência de abortos feitos sem condições de segurança.
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