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Tática PT vai esperar presidente marcar encontro

Brasília – Com receio de causar mais turbulências na base governista, o PT decidiu mudar a estratégia para negociar a indicação de nomes do partido para integrar o ministério do presidente Lula neste segundo mandato. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou ontem que a Executiva Nacional do partido vai esperar Lula marcar uma reunião para discutir o assunto. Até então, esperava-se que esse encontro ocorresse hoje, mas o presidente não agendou a conversa com os petistas.

O presidente Lula fez chegar ao PT seu descontentamento com relação às pressões para que Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, seja nomeada ministra das Cidades no lugar de Márcio Fortes, que é apadrinhado pelo PP. Ministros disseram à cúpula do partido que mais pressão pública somente atrapalharia a possibilidade de a ex-prefeita virar ministra no segundo mandato.

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em seu programa de rádio, que não vai haver "muita mudança" e nem "grande novidade" na reforma ministerial. Sobre a demora em realizar as mudanças, Lula disse que vai esperar o fim do troca-troca partidário entre congressistas para anunciar os novos nomes do primeiro escalão.

O petista vai dividir o ministério de acordo com o tamanho de cada partido no Congresso, por isso definiu como um "problema" que as trocas partidárias ainda não tenham acabado.

"O problema é que os partidos estão em um processo de alinhamento. Eu vejo todo dia pela imprensa, converso com as lideranças: tal partido tinha 40 deputados, passou para 46, tal partido tinha 50, caiu para 48. Ou seja, ainda não terminou esse movimento dentro dos partidos políticos. (Quando terminar) me dará muito mais tranqüilidade para definir a montagem do governo e aquilo que eu quero trocar", disse Lula. O petista mandou um recado aos partidos aliados, de que todos devem estar satisfeitos.

"Não vai haver muita mudança (no ministério). Você há de convir que todos os partidos, com exceção do PDT, estão contemplados dentro do governo, ou seja, você pode trocar alguns nomes, mas a maioria dos partidos já está totalmente contemplada", afirmou Lula.

O presidente tem recebido representantes dos 11 partidos que compõem a coalizão de governo para tratar do espaço de cada sigla no novo ministério.

Os dois principais entraves são o PT, que resiste a abrir espaço para aliados, e o PMDB, que continua dividido em duas facções, a despeito do discurso do Palácio do Planalto de que pela primeira vez na história um governo conseguiu o apoio em peso do partido.

"Eu tenho trabalhado com muita insistência para uma unificação do PMDB. Todo mundo sabe da importância do PMDB para consolidar a nossa base de aliança", disse Lula. Ele negou que vá esperar a convenção da sigla, marcada para 11 de março, para anunciar a reforma.

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