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O Ministério da Agricultura não reconhece a greve dos fiscais federais agropecuários do Paraná que nesta segunda-feira aderiram ao movimento nacional da categoria. Na contramão, integrantes do comando de greve formado pela Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura no Paraná (Affama-PR) fala em 70% da mobilização no primeiro dia de greve.

O ponto de discordância seria o número de fiscais que aderiram à paralisação. No entendimento do ministério, a adesão é pequena - menos de mil funcionários em todo o país. Por telefone, a assessoria do ministério explica: são 3 mil fiscais em todo o Brasil, destes 901 têm cargos de confiança e, por isso, não poderiam participar da mobilização - assim como os 340 recém-aprovados em concursos - totalizando 1.241.

A lei prevê que sejam mantidos no cargo 30% do efetivo - ou seja, outros 900 chegando a 2.141 dos 3 mil que estariam trabalhando normalmente em todo o Brasil. Apesar de não quantificar os números no Paraná, o ministério acredita que a mobilização é pequena. A não adesão da Associação Nacional de Servidores da Agricultura (Ansa) e dos Técnicos Fiscais Agropecuários (Antefa) também são citados pelo ministério para enfraquecer a mobilização.

Associação no Paraná contabiliza adesão de 70%

Para Hugo Caruso, um dos integrantes do comando de greve no Paraná, o ministério está equivocado. "Estão (ministério) querendo passar uma idéia de que está tudo tranqüilo, quando não está". Caruso conta que dos oito técnicos com cargo comissionados no estado, cinco pediram demissão. E que dos 240 técnicos do Paraná, 70% cruzaram os braços neste primeiro dia de greve. "É até um número surpreendente", diz. Sobre as duas associações (Ansa e Antefa), Caruso diz que a não adesão não interfere em nada.

A Affama-PR não soube informar os prejuízos causados pela greve durante o primeiro dia de mobilização. Caruso conta que os frigoríficos são os que mais sofrem. "Sem o fiscal, que emite o certificado, o frigorífico não consegue exportar", explica. "Logo, o Porto de Paranaguá também perde porque o produto agropecuário exportado diminui", completa.

Greve até sexta-feira

A greve deve se estender pelo menos até sexta-feira, quando a categoria avalia os rumos da paralisação. Até lá, todo o trabalho feito pelos fiscais estará parado. A assessoria do ministério informou que estava marcada para terça-feira uma reunião com a categoria. "Eles só marcaram esta reunião na sexta, quando decidimos pela greve", rebate Caruso.

Reivindicações

Entre as reivindicações dos grevistas estão a reestruturação da carreira de Fiscal Federal Agropecuário; o pagamento imediato do passivo dos médicos veterinários; a criação da Escola Superior de Fiscalização Federal Agropecuária e a realização de concursos públicos.

A decisão pela greve no Paraná foi tomada na sexta-feira (15), durante assembléia geral. Com a paralisação, cerca de 240 fiscais no estado vão ficar de braços cruzados. No Brasil inteiro são cerca de 3 mil servidores. A categoria de fiscais federais agropecuários é formada por médicos veterinários, agrônomos, engenheiros agrônomos, engenheiros químicos e zootecnistas.

A categoria vai permanecer em assembléia geral permanente e a decisão pelo final da greve será tomada somente após realização de consulta a todas as associações estaduais. Em Curitiba, os fiscais ficarão mobilizados na Associação dos Servidores do Ministério da Agricultura, que fica ao lado do Ministério da Agricultura, no bairro Tarumã.

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