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Reconstituição do crime ajudou a esclarecer incoerências na versão dos PMs | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Reconstituição do crime ajudou a esclarecer incoerências na versão dos PMs| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Os 13 policiais militares que teriam executado cinco jovens na noite de 11 setembro no bairro Alto da Glória, em Curitiba, foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) ontem. As câmeras de segurança de uma clínica registraram o momento em que os policiais abordaram os rapazes. Segundo o MP-PR, as imagens mostram que a ação dos policiais foi rápidae as vítimas foram dominadas.

Na versão dos policiais, as equipes das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) teriam perseguido o veículo Gol, ocupado pelos cinco rapazes, até a Rua Nicolau Maeder. O carro acabou batendo e os ocupantes teriam saído atirando. Na troca de tiros, dois dos rapazes teriam sido baleados e os outros correram para um terreno próximo. Neste local, houve novo confronto e todos os jovens acabaram baleados. Davi Leite de Freitas, Josemar Bernardo, Thobias Rosa Lima, Salatiel Aarão Rosa Lima e Éderson Miranda foram encaminhados pelos próprios policiais ao Hospital Cajuru e morreram.

De acordo com as investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ficou evidente que os cinco jovens foram dominados pelos policiais no momento da abordagem do veículo e posteriormente levados até o bairro Atuba, onde foram mortos. A investigação também apontou a participação de outras duas equipes de policiais, além da Rotam.

As viaturas foram flagradas por um radar da Urbs passando juntas em direção ao Atuba. Essas viaturas de área contavam com um sistema de monitoramento via GPS, e o trajeto percorrido por elas ficou registrado, confirmando a saída da região do Alto da Glória até o Atuba, onde permaneceram por cerca de seis minutos, para somente então se deslocarem para o Hospital Cajuru.

Ainda segundo as investigações, no mesmo horário em que as viaturas permaneceram paradas no Atuba, o 190 recebeu várias ligações informando a ocorrência de intenso tiroteio e a presença de PMs. O tiroteio teria durado cerca de cinco minutos. Já no Alto da Glória, nenhuma das testemunhas residentes acusou qualquer tiroteio naquela data.

O MP-PR concluiu que as cinco vítimas foram executadas por motivo torpe, em atitude típica de grupo de extermínio, com emprego de meio cruel e sem chance de defesa, caracterizando-se todos os cinco homicídios como triplamente qualificados. Os policiais foram também denunciados por fraude processual, pois teriam alterado a cena do crime, retirando cápsulas deflagradas no Atuba e colocando o material no terreno na Rua Dou­tor Zamenhof, no Alto da Glória.

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