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| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

O Ministério Público de Goiás denunciou na terça-feira (16) Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 28 anos, o Cadu, por latrocínio, tentativa de latrocínio, receptação e porte ilegal de arma. Cadu é assassino confesso do cartunista Glauco, crime de 2010 em São Paulo, e agora é denunciado por crimes recentes em Goiânia (GO). A denúncia será encaminhada à Justiça e um processo será aberto.

Na denúncia, feita pelo promotor Fernando Braga Viggiano, Cadu é apontado como assassino do estudante Matheus Pinheiro de Morais, 21 anos, que teve o carro roubado no dia 31 de agosto. Segundo a Promotoria, Cadu também é o autor do disparo contra o agente penitenciário Marcos Vinícius Lemes da Abadia, 46 anos, que também teve o carro roubado no dia 28 de agosto. Abadia foi baleado na cabeça e está internado em estado grave. Cadu também vai responder por porte ilegal de arma e receptação.

De acordo com o promotor, há indícios de que Cadu tenha envolvimento com uma quadrilha especializada em furto de carros comandada de dentro dos presídios. Por esse motivo, o promotor teme a morte de Cadu. Viggiano afirma que Cadu pode ser executado por outro preso ou ser "induzido a cometer suicídio como uma forma de queima de arquivo".

Segundo Viggiano, Cadu pode divulgar quem são os mandantes e quem o auxiliou nos crimes "a qualquer instante, caso deseje". "Nisto, sim, reside o receio de provável execução do denunciado", diz o promotor.Com base nesse risco, a Promotoria solicitou ao Núcleo de Custódia, onde Cadu está preso, que adote medidas administrativas para "assegurar a integridade física e psicológica do denunciado" e envie um relatório mensal sobre a situação. Caso ocorra algum incidente, Cadu deve ser transferido para um presídio de segurança máxima.

O promotor afirma que Cadu "é bastante consciente a respeito dos atos ilícitos que tem praticado, agindo com o mesmo 'modus operandi' [da quadrilha] na companhia de outras pessoas". "Não fomos citados pela Justiça ainda, não temos o que falar. Como é um caso grave, até o fim da semana devemos ser notificados", diz o advogado de Cadu, Sérgio Divino Carvalho Filho.

Quebra de sigilo

O Ministério Público solicitou à Justiça a quebra de sigilo telefônico do celular que Cadu usava. O objetivo é coletar todas ligações e mensagens no período entre 10 de agosto e 1.º de setembro. Segundo o promotor, a medida ajudará identificar os envolvidos nos crimes e a confirmação da participação de Cadu na quadrilha responsável por roubar carros em Goiânia.

A prisão

Cadu foi detido em flagrante em 1.º de setembro enquanto dirigia um dos carros roubados. Foi detido também Ricardo Pimenta Andrade Junior, que dirigia outro veículo roubado. O carro que Cadu dirigia foi reconhecido pelo delegado Thiago Damasceno Ribeiro que já investigava os crimes. Cadu foi perseguido e preso pelo policial Wilson Lins de Ávila Júnior, 28 anos, colega de faculdade de Direito de Cadu, em 2005.

O caso

Cadu confessou que matou o cartunista Glauco Vilas Boas e o filho dele Raoni Vilas Boas em 2010, mas foi considerado inimputável por ser esquizofrênico, segundo a Justiça. Ficou internado em São Paulo e foi transferido para uma clínica de Goiânia, em 2012, para ficar próximo do pai.

Em 2013, a juíza Telma Aparecida Alves autorizou que seguisse o tratamento em liberdade, com base em parecer favorável de uma junta médica do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili).

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