Brasília – O ministro das Comunicações, Hélio Costa, desistiu de tirar férias para atuar na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, como havia cogitado na semana passada. Dessa forma, do primeiro escalão, apenas os ministros Walfrido Mares Guia, do Turismo, e Luiz Marinho, do Trabaho, estão afastados oficialmente das funções para se engajar nas eleições.

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Mesmo assim, Costa garantiu que trabalhará em busca de votos para o presidente "nas horas vagas", como o horário do almoço, à noite e nos fins de semana, conciliando os interesses políticos com o trabalho no ministério. Ao explicar por que decidiu não se licenciar, afirmou ter chegado à conclusão que não deveria se ausentar do ministério quando "há muitos pendentes". Entre eles, as definições técnicas essenciais para a implantação da TV digital no Brasil.

Com a decisão, Costa engrossa o rol de ministros que farão campanha sem sair do gabinete, com a promessa de não usar a máquina do governo na batalha eleitoral. A separação é difícil: logo na primeira semana de campanha do segundo turno, os ministros Gilberto Gil, da Cultura Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, e Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União usaram carros oficiais para ir à casa de Costa participar de uma reunião com outros 13 ministros sobre a estratégia de atuação do primeiro escalão de governo no segundo turno da campanha presidencial.

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Como fazem parte da coordenação política do governo, os ministros Dilma Rousseff, da Casa Civil; Tarso Genro, de Relações Institucionais; Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência; Guido Mantega, da Fazenda e Thomaz Basto atuam necessariamente na campanha eleitoral por serem os defensores lógicos de Lula contra os ataques da oposição (veja ao lado). Os outros, extra-oficialmente, apóiam Lula em setores específicos, como é o caso, por exemplo, da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, junto aos eleitores evengélicos. Mares Guia tem a missão de conquistar pelo menos 60% dos votos mineiros para Lula. Marinho, por outro lado, ex-presidente da CUT, deverá alavancar votos para o PT no ABC paulista em seus dez dias de férias.