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São Paulo, (AE) – Quatro ministros terão de chegar a um acordo durante a semana para apresentar ao presidente Lula, na sexta-feira (10), um relatório sobre qual é a melhor alternativa estrangeira para a televisão digital brasileira. Hélio Costa, à frente das Comunicações, tem defendido em todas as oportunidades o padrão japonês ISDB, o preferido de grandes emissoras de televisão, como a Rede Globo e o SBT. Os outros três – Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Antônio Palocci (Fazenda) – não têm se manifestado em público sobre o assunto mas, de forma reservada, mostram que o que pensam é bastante diferente da visão de Hélio Costa. Encontram-se sob análise, além do ISDB, o europeu DVB e o norte-americano ATSC.

Na Casa Civil, a proposta européia foi considerada mais completa que a japonesa. A avaliação, até o momento, é que as ofertas feitas pelos dois grupos, no que diz respeito ao financiamento e à redução de royalties, são equivalentes, mas que os europeus se comprometeram mais com novos investimentos, abertura de seus padrões e participação de brasileiros na evolução da tecnologia.

Ministério do Desenvolvimento espera que os americanos, que voltam a visitar o Brasil na terça-feira (7), melhorem sua oferta. O ministro Furlan analisa qual das opções ajudaria mais a aumentar as exportações de televisores e celulares do país. Sob esse ponto de vista, o padrão japonês é o menos atraente, pois só é usado no Japão. A Europa acenou com alíquota zero para televisores produzidos pelo Mercosul e os Estados Unidos não têm indústria local de televisores. A maioria dos aparelhos é produzida no México, que já optou pelo americano ATSC. Na visão dos americanos, se o Brasil adotasse o ATSC, este seria o padrão de todas as Américas.

A Fazenda vê com bons olhos a adoção do padrão europeu, incorporando resultados de trabalhos dos grupos de pesquisa do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). A medida seria um incentivo à inovação, integrando a comunidade brasileira de pesquisa ao desenvolvimento de tecnologias globais.

A TV digital trará imagens e som melhores que os atuais, a possibilidade de transmitir vários programas ao mesmo tempo num só canal e serviços interativos, como os da internet.

Durante um período de transição, que deve durar 15 anos, cada emissora transmitirá dois sinais, um analógico e outro digital, para ninguém ser obrigado a investir em equipamento logo de saída.

Quem quiser aproveitar as vantagens, terá de trocar o televisor ou comprar um conversor, caixinha que permite receber o sinal digital nas televisões analógicas.

O mercado brasileiro de TV digital deve movimentar cerca de US$ 100 bilhões em 10 anos.

Os pesquisadores trabalharam com padrões internacionais para desenvolver sistemas que fossem mais adequados à realidade brasileira. Oficialmente, o relatório do CPqD será entregue somente na sexta, mas, de acordo com alguns pesquisadores, ele é mais favorável à tecnologia européia que a japonesa.

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