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A polícia catarinense tenta juntar as peças de um quebra-cabeça para esclarecer a morte da enfermeira Joelma Beatriz Girett de Lima, 33 anos, e do estudante de Direito Hélcio Fernando Palumbo, 22 anos. Os corpos foram encontrados dentro do quarto de um hotel à beira-mar, na última terça-feira, na Praia da Joaquina, em Florianópolis. Os dois moravam com as famílias em Curitiba. Os investigadores trabalham com algumas hipóteses – uma delas é que eles teriam feito um pacto de morte. "Sabemos que eles morreram por overdose de insulina", afirma o delegado Anselmo Cruz, da delegacia da Lagoa da Conceição.

Uma mensagem deixada por Joelma em um diário encontrado dentro do quarto 304 do hotel Joaquina Beach deixa a impressão de que a morte estava programada. Na última página escrita, não datada, a enfermeira deixou as seguintes palavras: "Estou feliz porque não suportava mais viver assim a espera. Encontrei a pessoa certa na hora certa. Estamos felizes, vamos viajar e ver o mar. Não existe um culpado. Estamos juntos." Ela ainda teria deixado algumas recomendações aos familiares que não foram divulgadas. Segundo a polícia, no mesmo local havia ainda um notebook, 16 ampolas de insulina, anabolizantes, seringas e antidepressivos.

Os corpos do casal – cujo namoro não é confirmado por parentes e amigos do rapaz – foram encontrados pela camareira do hotel na tarde de terça-feira. Havia dois dias que eles não requisitavam o serviço de quarto. Os dois estavam deitados na cama com os braços cruzados. Joelma estava com a cabeça sobre o ombro de Palumbo. Um dos quadros do quarto havia sido retirado da parede e um soro injetado no braço do rapaz estava pendurado na parede. De acordo com a polícia, o rapaz teria morrido pelo menos um dia antes de Joelma, já que o corpo dele apresentava sinais de decomposição.

Segundo a informação de familiares do estudante, Joelma foi apresentada (não como namorada) aos pais de Palumbo na virada do ano, em Curitiba. No dia 3, a família estranhou o comportamento do rapaz. Ele disse que iria até a chácara da família da enfermeira e não levou nenhuma bagagem. No dia seguinte, o rapaz entrou em contato com os pais e relatou que teria sofrido um acidente leve quando voltava de Porto Alegre (RS) e disse que retornaria ao trabalho na segunda-feira. No mesmo dia, eles deram entrada no hotel em Florianópolis. O último contato de Palumbo foi uma mensagem mandada na última sexta-feira a um amigo. "A partir do momento que viajou ficou tudo esquisito", conta Jonas Bach, amigo da família do estudante.

Palumbo e Joelma se conheceram há cerca de um ano, depois que o rapaz foi aprovado em um concurso para trabalhar no Hospital de Clínicas. A moça era enfermeira do serviço de Transplante de Medula Óssea, para onde o rapaz foi direcionado. Amigos dele não sabem informar que tipo de relacionamento os dois tinham recentemente. Eles relatam que o rapaz evitava conversar sobre o assunto e andava "estranho" ultimamente. "Ele era a melhor pessoa do mundo, de bem com a vida, sempre disponível para ajudar. Ele amava a vida", contou um colega.

Segundo relatos de amigos na internet, Joelma veio do Paraguai ainda criança com a família. A enfermeira cursava mestrado e gostava de festas. Um amigo do casal não acredita que a morte tenha sido planejada e não sabe dizer o que poderia ter acontecido. Segundo depoimento das irmãs de Joelma, os dois mantinham um relacionamento fechado e a enfermeira nunca havia apresentado sinais de depressão. A polícia ainda deve ouvir funcionários do hotel e familiares do rapaz. O inquérito deve ser finalizado em 30 dias.

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