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Nos últimos dois anos, Moacir Gabardo, o "pai", 65; e Moacir Gabardo, o "filho", 29 anos, se viram literalmente sozinhos. Em 2005, morreu Sílvia, a mãe, depois de nove anos de agonia nos hospitais. Em 2006, prematuramente, foi-se Leonardo, o filho mais velho do casal, com 32 anos, e aquele com quem o pai circulava para cima e para baixo.

Coube a Ciso, como Moacirzinho é chamado, manter o pai em pé diante de tantas perdas. "Nossa amizade aumentou", emociona-se o rapaz, gabando-se de só faltar um programa para fazer ao lado do amigo. "A gente ainda não foi à Lua." Os programas a dois são principalmente os churrascos da grande firma de materiais de construção onde Ciso trabalha.

A inversão de papéis diverte. Nos últimos tempos, Moacir liga para Ciso avisando que vai para a praia. "Mas não entre na água, digo para ele. É o que me falava quando eu era criança." "Quero viver bastante, ao lado dele. Nem ligo mais para ter carrão", avisa, sobre o trato feito depois da peça que a vida lhes pregou.

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