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A Neon apostou em silhuetas justíssimas, com desfile ao som de ópera | Yasuyoshi Chiba/Gazeta do Povo
A Neon apostou em silhuetas justíssimas, com desfile ao som de ópera| Foto: Yasuyoshi Chiba/Gazeta do Povo

Samba-ópera, música folclórica, MPB, canções conhecidas remixadas e outras até cantadas pelo próprio estilista. As trilhas sonoras que embalam os desfiles da São Paulo Fashion Week, a mais importante semana de moda da América Latina, que acabou ontem em São Paulo, são um capítulo à parte. Elas muitas vezes completam a ideia da coleção ou são inspiração da primeira. Em seis dias de desfile tocaram na Bienal hits de todos os tempos, músicas com execução ao vivo (como no caso da Ellus, que trouxe uma orquestra para a passarela) e experiências sonoras ímpares.

A Neon, que é dada aos desfiles-shows, colocou suas modelos coloridas para andar ao som de ópera. Ela que em outras temporadas já se rendeu aos boleros e tcha-tcha-tchas. Em meio aos agudos clássicos que ecoavam no teatro da PUCSP, uma coleção pop, com referências étnicas, estamparia e geometrismos inspirada em Istambul. Rita Comparato e Dudu Bertholini apostam num inverno leve, de silhuetas justíssimas (com algumas intervenções volumosas, como o leque que se abria diante do vestido tubinho) e até bodies para compor com calças e blazers. Para terminar, teve festa em ritmo de samba, com uma bateria de escola de samba para animar os fashionistas.

O último dia teve ainda a coleção masculina de Alexandre Herchcovitch, apresentada ao ritmo de sanfonas folclóricas. O ponto de partida foi a indumentária judaica, traduzida em linhas contemporâneas, com muito preto, branco e listras. No mais, alfaiataria impecável, calças e bermudas curtas (usadas sobrepostas a outras calças ou com meias até os joelhos), e casacos em náilon bem esportivos. Detalhe de styling (edição do desfile) que causou um efeito belíssimo foi o acabamento de macramê em alguns casacos, que terminou em longas e dançantes franjas.

Passado revisto

O Renascimento foi a essência da coleção de Fernanda Yamamoto, que apresentou uma moda leve, jovem e muito sofisticada. Tudo começou com a elaboração de tecidos, entre eles florais delicados e jacquards com pinturas do século 15 impressas. Isso tudo foi trabalhado depois pela estilista que pontuou, colou e costurou pedras brilhantes sobre o pano, fez mixagens entre eles e criou peças contemporâneas. Ela também optou por uma silhueta mais seca, mais sensual, com recortes geométricos. O dia teve ainda o desfile da Amapô e de André Lima, que fechou a semana de moda com sua roupa elaborada e teatral.

*A jornalista viajou a convite do evento.

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