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Homenagens no local da tragédia continuam | Ricardo Moraes/Reuters
Homenagens no local da tragédia continuam| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Como falar da tragédia carioca com as crianças

Especialistas defendem diálogo franco na escola e em casa sobre a crueldade ocorrida na Escola Tasso da Silveira

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Bono Vox lamenta o crime

O vocalista da banda irlandesa U2, Bono Vox, lamentou a tragédia em Realengo, que terminou com 12 crianças mortas, durante encontro com a presidente Dilma Rousseff ontem no Palácio da Alvorada, em Brasília. "Esse é um dia muito triste para o Brasil", lamentou. A banda está no país para uma série de apresentações. De acordo com o blog do Palácio do Planalto, a banda conversou ainda com a presidente sobre o programa de combate à pobreza extrema e as ações de combate aà Aids. O encontro com a presidente foi solicitado pelo líder do U2. Bono Vox lidera a Fundação ONE, que tem ações para países da África. O objetivo do músico é conhecer ações do governo brasileiro.

"Ele sempre foi um adolescente muito ausente", diz irmão do atirador

O irmão do atirador mostrou fotos antigas. Wellington era o caçula, e foi adotado ainda bebê. Segundo o irmão, a mãe biológica de Wellington tinha problemas mentais. "Ela tentou o suicídio, e mesmo depois que o Wellington nasceu, ela apresentou alguns problemas mentais", contou.

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Leia a carta do atirador

Na carta encontrada, Wellington Menezes de Oliveira fala de questões religiosas e dá indícios de que o ataque foi premeditado, além de pedir perdão pelo crime.

Leia a carta

Histórico

Casos parecidos já foram registrados em todo o mundo. Veja os principais:

Mar 1996 – Um homem armado mata 16 alunos e um professor em uma escola em Dublane, na Escócia. Ele se mata no local.

Abr 1999 – Dois estudantes armados com rifles matam 12 alunos e um professor no colégio de Columbine, nos Estados Unidos. Os dois cometem suicídio após o ataque.

Nov 1999 – Armado com uma submetralhadora, o ex-estudante de medicina Mateus da Costa Meira dispara contra pessoas em um cinema no Shopping Morumbi, em São Paulo. Três morrem e quatro ficam feridas. Ele está preso.

Jun 2001– Armado com uma faca, um homem entra em uma escola primária em Osaka, no Japão, e mata oito crianças. Ele foi condenado à morte e executado.

Abr 2002– Um homem mata 18 pessoas em uma escola em Erfurt, na Alemanha.

Jan 2003– Ex-aluno invade uma escola na cidade de Taiúva (SP) e, no intervalo, sai do banheiro atirando. Sete estudantes são feridos e um deles fica paraplégico. O atirador de 18 anos se suicida.

Set2004– Terroristas chechenos fazem mais de 400 reféns em uma escola de Beslan, na Rússia. As forças de segurança russas atacam e 330 pessoas morrem, entre elas 156 crianças.

Mar 2005– Um estudante de 16 anos mata cinco alunos, um professor e um segurança em uma escola no estado de Minesotta, nos Estados Unidos.

Abr 2007– O sul-coreano Cho Seung-Hui no mata 32 pessoas no campus do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia, na localidade de Blacksburg, nos Estados Unidos. Seung-Hui comete suicídio com um tiro na cabeça.

Mar 2009– Com uma pistola automática de seus pais, o alemão Tim Kretschmer matou a tiros nove alunos de uma escola na Alemanha e depois se matou.

Local do crime

Escola leva o nome de poeta curitibano

O nome da escola do Rio de Janeiro onde aconteceu a tragédia é uma homenagem ao poeta curitibano Tasso da Silveira (1895–1968), filho do também poeta simbolista Silveira Neto. No Rio de Janeiro, Tasso formou-se advogado, lançou seu primeiro livro e atuou na imprensa. Influenciou a segunda geração do Movimento Modernista ao ser um dos fundadores da Revista Festa. Entre os poemas que escreveu, a segunda parte de Fronteira pode ser lembrada em um momento de dor como o atual: "Há uma saudade da vida / porém tão perdida e vaga, / e há a espera, a infinita espera, / a espera quase presença / da mão de puro mistério / que tomará minha mão / e me levará sonhando / para além deste silêncio, / para além desta aflição."

  • Amigos e parentes acompanham o enterro de Laryssa Silva Martins, no início da tarde desta sexta-feira
  • Menino coloca flores em homenagem às vítimas no muro da escola onde ocorreu a tragédia
  • Veja os 12 estudantes que morreram
  • Veja como tudo aconteceu
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Centenas de moradores de Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, e pessoas vindas de outros bairros da cidade deram na tarde deste sábado (9) um abraço simbólico na Escola Municipal Tasso da Silveira em homenagem às vítimas do massacre da última quinta-feira.

De mãos dadas ao redor da instituição, vizinhos, amigos e parentes das crianças assassinadas condenaram o ato de violência e pediram paz. Cartazes espalhados no entorno da escola clamavam por segurança e traziam mensagens de apoio às famílias dos 12 mortos.

Prisão

A Divisão de Homicídios (DH) informou que foram presos dois homens suspeitos de negociar e vender uma das armas utilizadas por Wellington Menezes de Oliveira, que matou 12 crianças em uma escola em Realengo, na Zona Oeste do Rio, na quinta-feira. Os acusados estão presos desde as 19 horas de sexta-feira (8).

O chaveiro Charles Souza dos Santos e o desempregado Isaías da Silva foram detidos por policiais militares do 21º Batalhão, de São João de Meriti (Baixada Fluminense), no bairro de Santa Cruz zona oeste do Rio. A prisão se deu após os PMs serem informados por uma terceira pessoa sobre a conversa entre Charles e Isaías na qual a dupla afirma que a arma vendida para o Sheik (apelido de Wellington), estava "afiadinha".

O revólver calibre 32 teria sido vendido por R$ 260,00, mas Charles e Isaías teriam ficado apenas com R$ 30 cada. O nome fornecido pela dupla ao delegado Felipe Renato Ettore, titular da Divisão de Homicídios (DH) do Rio, como sendo o do dono do revólver aparece nos dados da polícia como desaparecido ou morto. O outro revólver está com a numeração raspada.

A polícia agora espera conseguir junto à Justiça um mandado de prisão para os dois rapazes presos.

Neste sábado (9), foi cremado o corpo da menina Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos. As outras 11 vítimas do ataque foram enterradas na sexta-feira. O corpo do atirador segue sem identificação oficial, no Instituto Médico Legal.

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Enterros

Homenagens em frente à escola

Pelo menos 60 tiros

Relato de uma sobrevivente da tragédia

Perícia na casa do atirador

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