O perfil epidemiológico da raiva entre humanos mudou no país, informou o Ministério da Saúde. Os morcegos passaram a ser os principais transmissores da doença viral desde 2004, no lugar dos cães domésticos, explica Marcelo Wada, veterinário responsável pelo grupo técnico da pasta que cuida da doença.
Na última quinta-feira, o hospital Oswaldo Cruz, no Recife, e o Ministério da Saúde confirmaram o primeiro caso de cura de raiva em humanos no país. Um rapaz de 15 anos eliminou o vírus da doença, contraído após a mordida de um morcego hematófago, depois da aplicação de tratamento experimental originado nos Estados Unidos e que combina sedativos com antivirais.
A raiva é uma doença transmitida por animais e que mata, depois de gerar um quadro de dor de cabeça, salivação excessiva, convulsões e mudança de comportamento. Dois óbitos ocorreram neste ano no país, um por morcego, outro por mordida de macaco.
Campanhas
A queda no número de cães transmissores do problema deve-se ao sucesso de campanhas para vacinação dos bichos contra a doença. No entanto, em razão de os morcegos passarem a ser o principal risco, é preciso divulgar mais outras estratégias de prevenção, explica Wada. A primeira é que mordidas deste e de outros animais silvestres, como macacos, também devem ser obrigatoriamente seguidas por lavagem da ferida. Rapidamente a vítima deve buscar um serviço médico para ser vacinada contra a raiva humana e/ou receber soro anti-rábico.
A presença de morcegos em região habitada deve ser alertada às autoridades de saúde e agricultura, recomenda ainda o ministério.
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