Morreu na madrugada de terça-feira (3), aos 83 anos, o bispo eparca emérito ucraniano católico dom Efraim Basílio Krevey, de complicações de um câncer no fígado. O corpo está sendo velado na Catedral Ucraniana São João Batista, no bairro Água Verde, em Curitiba. Ontem, às 15 horas, foi realizada a missa de corpo presente e, em seguida, o sepultamento na cripta da Catedral.
Dom Efraim foi o principal líder dos ucranianos católicos no Brasil, também conhecido como eparca, durante 28 anos. Após esse período pediu afastamento da eparquia, correspondente à diocese de uma igreja latina, e durante os últimos 5 anos foi bispo emérito. "É uma grande perda", lamentou o atual eparca da igreja, dom Volodemer Koubetch. "Ele foi um personagem importante para a história da igreja ucraniana do Brasil e da eparquia. Dos 120 anos da imigração ucraniana aqui, a metade esteve nas mãos dele", completou.
Nascido em Ivaí, o bispo mudou-se em 1940 para Prudentópolis e entrou para o Seminário São José. Em 1945 foi para a cidade de Iracema, onde cursou Filosofia. O bispo também cursou Teologia na Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Em 1972, foi ordenado bispo pelo Papa Paulo VI, na Basílica de São Pedro, em Roma, e no mesmo ano, iniciou a construção da sede eparquial em Curitiba. Dom Efraim completou 60 anos de vida sacerdotal, sendo 40 como bispo.
Conhecido por seu engajamento tanto religioso como com a cultura ucraniana, dom Efraim esteve à frente de obras como o Centro Religioso-Cul¬¬tural Ucraniano Poltava, em Curitiba. Segundo o empresário e presidente da Sociedade dos Amigos da Cul¬¬tura Ucraniana, Marcos Nogas, dom Efraim era mui¬¬to representativo para a comunidade ucraniana. "Transcendeu a igreja e foi para a cultura. Ele foi um líder completo", disse.
Pesar
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota de pesar pela morte de bispo ucraniano. No texto, o padre Mário Spaki diz que "dom Efraim dedicou a sua vida com grande zelo pelos ucranianos. Ele parte, mas deixa atrás de si um rastro de luz, uma vida entregue a serviço do Reino".
O representante da Igreja Ortodoxa Ucraniana, arcebispo dom Jeremias Ferens, também manifestou suas condolências. "A gente lamenta pelo ser humano que foi, uma pessoa que fez bastante pelo povo ucraniano. Apesar da divergência de fé, comungamos da mesma cultura, dos mesmos costumes, dos mesmos cantos, por isso meus sentimentos", afirmou.
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