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Rio – A família da adolescente Maiara Galvão Vieira, de 14 anos, que morreu sábado em conseqüência de uma anorexia nervosa, com apenas 38 quilos, nunca suspeitou das idas da menina ao banheiro, logo após as refeições.

Os sinais da doença passaram despercebidos dentro de casa, na qual ninguém tinha conhecimento do assunto, mas foram igualmente ignorados nas emergências dos três hospitais públicos por onde a paciente passou entre setembro e dezembro. Por causa da demora no diagnóstico, os pais da menina, moradores de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, pensam em entrar com um processo por negligência médica. "Os médicos nunca falaram nada sobre anorexia nervosa. Diziam que era uma virose ou que ela estava com anemia. Só davam soro e liberavam", contou onte a tia da adolescente, a comerciária Rosa Maria Rodrigues.

Rosa lembra que a família fez de tudo para descobrir o que Maiara tinha. Por diversas vezes o pai dela, o sapateiro Marcos Galvão Vieira, levantou-se de madrugada para enfrentar filas e conseguir uma ficha de atendimento em uma unidade pública de saúde, tentativa muitas vezes frustrada. Além disso, a família chegou a aguardar quase dois meses para conseguir marcar um exame para a adolescente.

Segundo Rosa, Maiara, que morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória, permaneceu lúcida durante os 26 dias de internação no Hospital Municipal Miguel Couto. Até ingeria alimentos sólidos, mas nem sempre conseguia retê-los no estômago. Quando morreu, a jovem estava com um Índice de Massa Corporal 13. O indicador, que mede a relação entre peso e altura, está muito abaixo de 18,6, valor mínimo considerado como normal pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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