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Paulo Renato tinha 65 anos | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Paulo Renato tinha 65 anos| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

O ex-ministro Paulo Renato Sou­za morreu ontem, aos 65 anos, na cidade de São Roque (66 km de São Paulo), após sofrer um enfarte fulminante. Atuou na pasta de Edu­cação durante o governo de Fer­nando Henrique Cardoso (FHC), de 1995 a 2002. "Ele mudou a educação no Brasil. Os passos fundamentais, o que está acontecendo agora e que vai crescer ainda mais, como dar acesso a todas as crianças à escola. Ele criou o Fundef, que foi um dos passos fundamentais para melhorar a educação. O Enem, fez a Lei de Diretrizes e Bases da Edu­cação. Enfim, deixou uma obra marcante", disse FHC durante o velório na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Paulo Renato criou todos os mecanismos mais importantes de avaliação da educação no país. Um dos principais foi o Provão, que dava nota aos cursos de ensino superior. O ex-ministro não conseguiu fechar cursos reprovados, e o número de instituições privadas de ensino superior acabou subindo bastante. Isso permitiu ampliar a rede, embora com muitos cursos sem qualidade. No ensino fundamental, conseguiu praticamente universalizar as matrículas, mas, até hoje, o país ainda enfrenta o desafio de melhorar a qualidade.

Entre seus feitos estão a expansão para todo o país do programa bolsa-escola. Também criou o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) e do Fundef (Fundo de Ma­­nutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valo­rização do Magistério), hoje chamado de Fundeb (Fundo de Manu­tenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

Paulo Renato iniciou a carreira política em 1966, no MDB. For­mado em Eco­nomia em Porto Alegre, com mestrado no Chile e doutorado em Campinas, manteve extensa carreira acadêmica como professor universitário e, depois, como reitor da Unicamp (Universidade Es­­ta­dual de Cam­pinas). Antes, foi secretário de Edu­­cação do Estado de São Paulo e con­­sultor da Orga­nização das Nações Unidas na América Latina.

Em 1978, migrou para o novo PMDB. Filiou-se ao PSDB em 1990 e se tornou uma de suas principais lideranças. Antes de assumir o Mi­­nistério da Educação, foi por quatro anos gerente de operações do BID (Banco Interamericano de De­­senvolvimento), em Washington.

A presidenta Dilma Rousseff emitiu nota oficial lamentando a morte e ressaltando que Paulo Renato "prestou relevantes serviços ao país".

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