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Morreu nesta terça-feira (27), às 12h45, o segurança José Cícero Lira da Silva, 33 anos, que havia feito um transplante multivisceral no Hospital das Clínicas de São Paulo na última quinta feira. Ele tinha recebido cinco órgãos do sistema digestivo -- fígado, intestinos delgado e grosso, pâncreas e estômago -- ao mesmo tempo.

Segundo Luiz Carneiro D'Albuquerque, diretor do serviço de transplantes e cirurgia do fígado do HC, Silva havia permanecido estável até a noite de segunda-feira, quando sofreu um distúrbio de coagulação, com forte sangramento, que culminou na falência dos órgãos.

"Estamos em luto. Sentimos muito a perda, mas certamente vamos aprender com ela. Estamos preparados para seguir fazendo mais transplantes desse tipo", afirmou.

O transplante multivisceral do HC foi o primeiro em hospital público, e o segundo feito dentro de um programa financiado pelo SUS, do qual o Hospital Albert Einstein também faz parte.

O Einstein foi pioneiro a fazer cirurgia no país, em abril de 2012. A paciente morreu oito meses depois.

Esse tipo de transplante faz parte de um protocolo experimental autorizado pelo Ministério da Saúde e que prevê a realização de dez cirurgias em cada instituição. Após esse teste, o ministério vai avaliar os resultados e os custos e decidirá se a cirurgia será feita como rotina.

Nos Estados Unidos, a cirurgia é realizada há mais de uma década e pode custar US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões). A taxa de sobrevida é de 70%, em média, segundo estatísticas dos centros norte-americanos.

Nos últimos anos, ao menos seis brasileiros fizeram o transplante multivisceral em hospitais nos EUA e acionaram, judicialmente, o governo brasileiro ou os planos de saúde para o reembolso das despesas. Há pelo menos 400 pessoas no país que precisariam desse tipo de cirurgia.

José da Silva tinha um tumor no pâncreas. Era de baixa malignidade, mas havia se infiltrado para outros órgãos. Ele esperava pelo transplante multivisceral havia nove meses.

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