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São Paulo – O cineasta, produtor e inventor paulistano Primo Carbonari morreu na terça-feira à noite, aos 86 anos. Um dos mais profícuos documentaristas de sua geração, Carbonari sofreu um infarto em casa, em São Paulo. O corpo foi enterrado ontem à tarde, no cemitério do Araçá, zona oeste de SP.

Carbonari realizou mais de 3.200 edições de um cinejornal, exibido antes dos longas-metragens nos cinemas até 1990. No auge de sua produção, trabalhavam com ele cerca de 150 pessoas.

Suas câmeras registraram os principais momentos históricos do Brasil entre 1954 e 1990, como posses de presidentes, missões de sertanistas em tribos indígenas, jogos de futebol e enterros.

Em 2003, em entrevista publicada na Folha de S. Paulo, Carbonari afirmou que os eventos mais importantes que filmou foram a morte de Getúlio Vargas (1883–1954), de Costa e Silva (1899–1969), dos generais e de todos os governadores.

"As mortes seriam a coisa mais importante?", perguntaram, então, os entrevistadores, os cineastas Eugênio Puppo e Jean-Claude Bernardet. "Por uma razão só, as mortes fazem parte de uma história", respondeu Carbonari.

Invenção

Não foi apenas no território do documentário que Carbonari atuou. Ele inventou a lente Amplavisão, uma versão nacional do cinemascópio, que usava uma lente especial para captar as imagens e também para exibi-las.

"A Amplavisão causou um pequeno estardalhaço e representantes dos grandes estúdios americanos vieram ao Brasil para conhecê-la. Chegaram à conclusão que a lente não era uma cópia", conta Eugênio Puppo.

Antes de iniciar sua própria produção, Carbonari havia trabalhado no Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) de Getúlio Vargas.

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